O ano letivo na Rede Estadual de Ensino (REE) de Mato Grosso do Sul terá início no dia 1º de março, mas, a quatro dias desse retorno, a Secretaria de Estado de Educação (SED) ainda não definiu como a volta às aulas se dará, se de forma híbrida – com parte dos alunos em casa e a outra parte nas escolas – ou totalmente remota. A Pasta, desde o início do ano, mostra-se favorável ao retorno presencial de parte dos estudantes, mas outros fatores podem pesar para que isso não aconteça.
A SED já realizou três reuniões esta semana, a primeira foi com os professores, depois com o Centro de Operações de Emergências de Mato Grosso do Sul (COE-MS) e ontem com os desenvolvedores da plataforma Programa de Saúde e Segurança na Economia (Prosseguir), feita pelo governo do Estado em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
A última reunião durou horas, e até o fechamento desta matéria ainda não havia sido finalizada. Só após essa série de encontros é que o martelo deve ser batido, a expectativa é de que hoje uma definição aconteça.
De acordo com a assessoria da Secretaria de Educação, a definição pelo formato a ser adotado na retomada das atividades depende de um acordo com as orientações passadas pelos órgãos de saúde de Mato Grosso do Sul e o Prosseguir.
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O planejamento apresentado é baseado no Protocolo de Volta às Aulas. O documento, lançado ainda no ano passado, foi elaborado por uma comissão composta por 21 instituições e prevê o ensino híbrido no Estado.
“Nós estamos preparados para qualquer tipo de aula, tanto remota quanto híbrida ou presencial”, informou a secretária de Educação, Maria Cecília Amendola da Motta, no início da semana, em transmissão nas redes sociais do governo do Estado.
A reunião entre a SED e o COE-MS definiria a situação, mas até agora não há informações sobre o que ficou resolvido. Além da reunião com o COE, o governo também sofre pressão por parte dos professores da REE, que não querem voltar a dar aulas presenciais antes de tomarem a vacina contra a Covid-19.
Pelos dados do Prosseguir divulgados ontem, 31 municípios estão na bandeira vermelha (risco alto de contágio pela Covid-19) e 38 na faixa laranja (risco médio de contágio).
Atualmente, a educação nos níveis Fundamental, Médio, Superior e pós-graduação em formato presencial foi acrescida como atividade essencial no Prosseguir. Mesmo assim, não há certeza se isso será realmente efetivado na Rede Estadual, já que na Capital as aulas da Rede Municipal de Ensino (Reme) só devem ser retomadas no segundo semestre deste ano.
PROFESSORES
O presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), Jaime Teixeira, informou que a categoria se reuniu na terça-feira e decidiu em assembleia que não vai voltar para as salas de aula antes da vacinação.
“São mais de 60 mil trabalhadores, entre professores e administrativos, e mais de 400 mil crianças e adolescentes correndo risco – 97% da categoria se recusou a voltar às aulas antes da imunização”, pontuou.
Teixeira afirmou que a categoria não está se “recusando a dar aula”, mas prefere que o serviço seja feito de forma remota enquanto os servidores não forem imunizados contra o coronavírus. “Nós queremos trabalhar, mas de forma remota até que sejamos vacinados”, concluiu.
Caso a SED opte pelas aulas híbridas ou presenciais, a Fetems marcará uma nova assembleia para definir como procederá sobre isso.
As aulas presenciais foram suspensas no dia 23 de março de 2020. Desde esse dia, as atividades passaram a ser feitas de forma remota em todas as escolas, tanto municipais quanto estaduais, de Mato Grosso do Sul, o que aconteceu até o fim do ano passado.
- Fonte: Correio do Estado