O Giro Notícias de quinta-feira (21) teve a presença do médico psiquiatra, Marcos Estavão.
O uso medicinal da maconha é um tema discutido por governantes, médicos, indústrias e pacientes. Remédios à base de canabidiol, por exemplo, podem ser importados mediante prescrição médica e autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mas, devido ao alto custo, demora e burocracia para consegui-los, o debate gira em torno da liberação do cultivo e produção da planta no Brasil. O tema, inclusive, foi levado à consulta pública pelo órgão regulatório em junho deste ano.
Por ser considerada uma droga psicoativa ilegal, a discussão se resume, de um lado, nos benefícios do uso de compostos da maconha para tratamento de diversas doenças — além de redução de tempo e custo. Segundo uma pesquisa do DataSenado, 75% da população brasileira apoia a autorização para a indústria produzir medicamentos à base da planta da maconha. De outro, os argumentos se baseiam nas políticas antidrogas, na possibilidade de dependência química e aumento do tráfico de drogas.
Está em pauta no Supremo Tribunal Federal, com repercussão geral reconhecida, um julgamento que diz respeito à descriminalização das drogas para o uso próprio: trata-se do Recurso Extraordinário nº. 635.659.
O psiquiatra Marcos Estevão, pontua que a questão precisa ser discutida e analisada com calma. “É importante ressaltar que quanto mais adiantado for o país, maior é a amplitude de pensamento e as pessoas não fazem filtro como deveriam. É importante a gente ver que o dependente químico não é um criminoso, ele é doente, mas a fronteira entre o dependente e o traficante é pequena”.
Marcos Estevão explica que caso seja legalização , é necessário dar voz aos conselhos e os impactos que isso tem para o Brasil. “Nós precisamos estar ouvindo pessoas que estão envolvidas no assunto como o conselho de psiquiatria, o Conselho Federal de Medicina, eles precisam ser ouvidos em relação a isso. Não se deve dar atenção apenas para as pessoas interessadas ou que fazem apologia”.
Assista a entrevista na íntegra: