No ano passado o número já havia espantado, mas agora foi 6 pontos percentuais maior
Em ano de pandemia, 154.003 mil pessoas deixaram de ir às urnas, em Campo Grande, neste domingo (15). O número de abstenção é de 25,14%, quase 6 pontos percentuais maior do que nas eleições municipais de 2016, quando prefeito e vereadores foram escolhidos.
Há quatro anos, quando Marquinhos Trad (PSD) foi eleito líder do Executivo Municipal, 114.286 eleitores não compareceram para votar, no primeiro turno, o que corresponde a 19,20% de faltas. Este ano, o número de abstenção contabiliza 39.717 pessoas a mais.
Ao todo, conforme números divulgados pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral), 458.484 compareceram às urnas, em 2020. Do total, 408.311 votos são considerados válidos. Votaram em branco 25.241 pessoas, enquanto 20.447 anularam o voto.
Histórico de faltas – A ausência foi a maior nas eleições municipais desde 1996, ano mais antigo de registros no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Nos últimos 24 anos, a diferença entre a menor e a maior taxa de faltas é de mais de 11 pontos percentuais. Fica entre 13,97% em 1996 e os 25,14% de agora.
Em 2016 os 19,20% já tinham espantado, Para se ter ideia, há 4 anos, a abstenção no primeiro turno foi superior aos votos válidos da segundo colocada na disputa à prefeitura, Rose Modesto (PSDB), que recebeu 113.738 mil votos.
Quatro anos antes, na eleição de Alcides Bernal (PP), em 2012, a abstenção foi de 18,05%. Em 2008, no primeiro turno com vitória de Nelsinho Trad, o número de eleitores que não compareceu chegou a 15,67%, quase 10 pontos percentuais menor que o deste ano.
Em 2004 o índice foi de 14,85% em Campo Grande; enquanto que em 2000, na reeleição de André Puccinelli, houve a menor taxa: só 13,97% faltaram.
Em uma das eleições mais disputadas das últimas décadas aqui na Capital, em 1996, quando André Puccinelli venceu Zeca do PT por 411 votos, 18,27% não apareceram para votar.
Esperado – Este ano, como a saúde pública acaba sendo uma preocupação extra nos períodos eleitorais, o TRE já havia admitido que em 2020 o número de abstenção poderia ser recorde.
O próprio presidente do Tribunal, João Maria Lós, chegou a pedir para que pessoas com sintomas não comparecessem às seções eleitorais. “Orientamos que quem estiver com febre ou tiver tido covid-19 nos últimos 14 dias não compareça à seção eleitoral para votar”, orientou.