O interesse da União Europeia (UE) para avançar com o acordo com o Mercosul andou por questões diplomáticas, mas também por questões estratégicas, visando fortalecer exportações principalmente de produtos manufaturados em um momento em que as economias desenvolvidas estão se desacelerando e com a eminente guerra comercial envolvendo 2 grandes economias USA e China, cuja representatividade das exportações da UE é grande.
As vantagens competitivas de reduções tarifarias nas importações do acordo estariam calcadas para o Mercosul principalmente no agronegócio e para a UE nos produtos manufaturados. O PIB do Mercosul representa 3.5% do PIB mundial, sendo que o Brasil tem 75% desta parcela. Já a UE possui uma representatividade bem maior, na casa dos 21% do PIB Mundial, e uma população de 7% do mundo ( FMI 2017).
Com a implantação total do acordo, 95% das exportações do Mercosul ficariam livres de tarifas para a UE, ante 24% atuais. Os exportadores brasileiros terão acesso preferencial para exportar carnes bovinas, suínos, aves, açúcar e etanol.
O agronegócio terá ganhos:
1) diretos, devido ao fluxo comercial e menores tarifas de exportação;
2) indiretos, pela redução no custo dos insumos e máquinas o que trará um grande ganho de produtividade.
Na Indústria, após 16 anos de implantação do acordo, haverá livre comércio para automóveis, tempo necessário para a indústria automobilística brasileira se preparar. Máquinas e equipamentos em 7 anos terão desgravação tarifária o que é muito bom pois reduzirá o custo de investimento na modernização do parque fabril brasileiro.
Para o acordo progredir os parlamentos dos países envolvidos precisarão ratificar as premissas do acordo o que deve acontecer nos próximos 2 a 3 anos. Contudo compromissos internacionais na área do meio ambiente, direitos humanos e trabalhistas devem ser mantidos para o acordo vingar.