Ex-ministra de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no governo de Jair Messias Bolsonaro (PL), a senadora sul-mato-grossense Tereza Cristina, líder do PP no Senado, é a preferida pelo agronegócio brasileiro para compor chapa para a Presidência da República nas eleições gerais do ano que vem pela ala centro-direita do País.
As lideranças do agronegócio em nível nacional, como a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) e a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), e em nível estadual, como a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) e a Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), entendem que Tereza Cristina seria a melhor opção para ser a candidata a vice-presidente – ou do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, caso volte a ficar elegível, ou do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Grande parte dessas lideranças, que está às turras com o governo federal e considera praticamente impossível reverter essa animosidade com o PT, avalia esses dois nomes como os mais fortes para enfrentar e derrotar o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no próximo pleito.
Entretanto, como ambos não têm uma ligação com o agro, a senadora sul-mato-grossense seria a representante do setor na chapa de centro-direita.
O Correio do Estado entrou em contato com o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni, que, por coincidência, integra comitiva brasileira em missão oficial à Europa com o presidente da FPA, deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), e com a senadora Tereza Cristina.
“A nossa senadora é um ótimo nome para representar o agronegócio nas próximas eleições presidenciais”, disse, reforçando que ela é uma unanimidade dentro do agro local e nacional.
“Entendemos que a senadora sul-mato-grossense Tereza Cristina reúne todas as credenciais de uma legítima representante do setor agropecuário. Como produtora rural, entende as necessidades do setor. Como senadora da República, tem desempenhado um papel estratégico na defesa de importantes pautas para o desenvolvimento da economia e do agronegócio”, completou o presidente da Acrissul, Guilherme Bumlai, à reportagem.
O produtor rural acrescentou ainda que, como gestora pública, Tereza Cristina ocupou cargos de relevância, entre eles o de ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, “fazendo com que os nossos produtos fossem reconhecidos lá fora, e o País conquistou mercados fundamentais para a sustentação da balança comercial brasileira”.
OUTROS NOMES
Além da senadora sul-mato-grossense, a CNA e a FPA ainda citaram outras figuras cotadas no meio para compor uma chapa centro-direita, como os governadores Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais. A CNA é uma das entidades críticas ao governo federal, enquanto a FPA disse que o País estaria “vivendo um desgoverno”.
Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e diretor da CNA, afirma que o setor não tem candidato definido, mas garante que ele estará na ala “centro-direita”.
“Esse governo está gastando demais e o caminho da arrecadação já bateu no limite faz tempo”, declarou o ruralista gaúcho, que também integra a missão brasileira na Europa.
Líder da bancada ruralista, o deputado federal Pedro Lupion acrescentou que de nada adianta a boa vontade do atual ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, quando outros ministros, como Marina Silva, do Meio Ambiente, e Lula disparam frases contrárias ao agro.
“São várias trapalhadas, e isso acaba gerando uma frustração enorme no setor, que depende de um bom ambiente econômico para investir na produção. Temos muita preocupação com a questão do direito de propriedade, da segurança jurídica, do acesso ao crédito e do seguro agrícola. O setor está meio que caminhando sozinho”, lamentou Lupion.
Ele ainda classificou a proposta de diminuir tarifas de importação de gêneros alimentícios como “mais uma medida desesperada e mal pensada do governo”.
- Fonte: Correio do Estado