Ameaça aos polinizadores também reflete na agricultura

(Foto: Reproduçâo / Minas Inova)

O 1º Relatório Temático de Polinização, Polinizadores e Produção de Alimentos no Brasil e de seu respectivo “Sumário para Tomadores de Decisão”, lançados, durante evento na FAPESP, traz em discussão os diversos fatores que têm ameaçado os polinizadores, tais como desmatamento, mudanças climáticas, poluição ambiental, agrotóxicos, espécies invasoras, doenças e patógenos.

Importância econômica da polinização: De acordo com o coordenador do programa BIOTA-FAPESP e membro da coordenação da BPBES Carlos Joly, o relatório apresenta o caráter ecossistêmico da polinização, que não somente ajuda na conservação das espécies em si, mas também contribuem no quesito econômico. Um dos resultados apresentados pela pesquisa indicaram que o valor do serviço ecossistêmico de polinização para a produção de alimentos no país girou em torno de R$ 43 bilhões em 2018. Desse valor total, 80% está relacionado a quatro cultivos de grande importância agrícola: a soja, o café, a laranja e a maçã (Malus domestica).

Potencial de polinização: O relatório indica que a lista de “visitantes” das culturas agrícolas supera 600 animais, dos quais, no mínimo, 250 têm potencial de polinizador. Entre eles estão borboletas, vespas, morcegos, percevejos e lagartos. As abelhas predominam, participando da polinização de 91 (80%) das 114 culturas agrícolas que dependem da visita de polinizadores e são responsáveis pela polinização exclusiva de 74 (65%) delas.

Políticas públicas de conservação: Para os pesquisadores, diante do cenário de risco, ainda existem ações voltadas à conservação e ao manejo do serviço ecossistêmico de polinização, como as formas alternativas de controle e manejo integrado de pragas e doenças, redução do deslocamento de agrotóxicos para fora das plantações, produção orgânica e certificação ambiental. No entanto, reafirmar que existe a necessidade da implantação de uma política pública destinada aos polinizadores, à polinização e à produção de alimentos de forma sustentável.

*Com informações da ECOA