Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai avaliar nesta sexta-feira (4) os novos pedidos de aprovação para aplicação da vacina russa Sputnik V no Brasil.
Mato Grosso do Sul, através de consórcio com outros estados, aguarda a aprovação para efetuar a aquisição de 2 milhões de doses do imunizante e incluir a patente na Campanha de Vacinação.
A reunião está prevista para começar às 14h, na ocasião também será avaliada a indiana Covaxin.
A Anvisa já barrou anteriormente a liberação dos dois imunizantes, o que não impediu as negociações dos estados pela Sputnik V.
As únicas vacinas que possuem autorização são CoronaVac, AstraZeneca/Oxford, Pfizer/BioNTech e Janssen.
Em abril deste ano, o governo de Mato Grosso do Sul afirmou que tem em caixa R$ 2 milhões de recursos próprios para a compra do imunizante.
Participam do consórcio os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Rondônia e Distrito Federal.
O grupo negociou com o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) 28 milhões de doses, das quais Mato Grosso do Sul deve receber cerca de 2 milhões de vacina, com a capacidade de imunizar 1 milhão de pessoas.
O quantitativo seria suficiente para vacinar quase metade dos moradores do Estado, que possui população estimada em 2,809 milhões de habitantes, como divulgou a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), em 2020.
As doses só poderão ser repassadas depois da autorização da Anvisa, ou se o Supremo Tribunal Federal (STF) divulgar uma decisão aprovando a aquisição pelos estados.
Segundo dados publicados na revista científica “The Lancet”, a eficácia da Sputnik V é de 91,6% e exige a aplicação de duas doses.
Uso negado
No dia 26 de abril deste ano, integrantes da Anvisa se reuniram para analisar o pedido feito pelo Maranhão e referendado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski para uso emergencial da Sputnik V no Brasil.
A equipe técnica, porém, recomendou negar o pedido de importação da vacina em questão.
De acordo com o diretor da Agência, Alex Campos, que foi o relator do processo de importação da vacina Sputnik V na reunião da Diretoria da autarquia, a Anvisa não pode “admitir que um medicamento, uma vacina, principalmente, seja administrada em indivíduos saudáveis, e que isso pode ocasionar risco à saúde”.
A gerente-geral de Monitoramento de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária da Autarquia, Suzie Marie Gomes, apresentou sua conclusão técnica na qual afirmou que os ensaios clínicos sobre a qualidade da vacina apresentados “não permitem garantir que o produto, objeto do pedido de importação, é seguro para a população brasileira”.
- Fonte: Correio do Estado