Aplicação de vacina chinesa em Mato Grosso do Sul começa hoje em 10 voluntários

Na terceira fase de testes realizados em Mato Grosso do Sul, 24 pessoas serão atendidas por dia para receber as duas doses da Coronavac

A fase de testes da vacina chinesa Coronavac começa nesta segunda-feira (26) em Campo Grande. As aplicações da primeira dose serão realizadas em 10 voluntários e posteriormente, por dia, 24 pessoas receberão a vacina. De acordo a pesquisadora Ana Lúcia Lyrio, o cadastro de voluntários teve início na quarta-feira (21) e continuará disponível para profissionais da saúde até que a meta de mil pessoas seja atingida.

Os interessados devem ser profissionais da rede pública ou privada de saúde, ter entre 18 anos e 59 anos e 11 meses e não podem ter nenhuma comorbidade. Os voluntários serão aceitos mesmo se já tiverem contraído a Covid-19.

As aplicações serão realizadas no Hospital Dia, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). A vacina é produzida pela empresa farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, localizado em São Paulo.

Segunda dose

A pesquisadora explica que a segunda dose da vacina será aplicada em torno de 14 dias após a primeira dose. Além da aplicação da segunda dose, será feita coleta de sangue de todos os pacientes para avaliar a resposta do organismo.

Em resultados preliminares da terceira fase de testes no Butantan, foi constatada a segurança da vacina chinesa.

A segurança foi aprovada após aplicação das duas doses em nove mil voluntários de diversos estados do País. No entanto, a eficácia da Coranavac contra a Covid-19 só poderá ser divulgada após vacinação dos 15 mil voluntários previstos pelo estudo.  

Pioneira

A Coronavac foi a pioneira nos testes no Brasil e pode ser a primeira a ser aprovada contra a Covid-19. Na sexta-feira (23), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou a importação de seis milhões de doses da vacina, a pedido do Instituto Butantan.

O Butantan possui licença apenas para importação, a distribuição do imunizante depende da autorização da Anvisa, após finalização dos testes realizados em nove estados do País. A expectativa é de que o Instituto produza até o fim do ano 40 milhões de doses para que a vacina seja distribuída no início de 2021.

OUTRAS VACINAS

Os testes da vacina BCG para avaliar a possível prevenção contra a Covid-19 iniciaram-se na segunda-feira (19), também na UFMS. A vacina normalmente é aplicada em bebês para prevenir a tuberculose.  

Ao todo, 2 mil profissionais da saúde poderão se voluntariar, entre médicos, enfermeiros, técnicos, motoristas, trabalhadores da limpeza e recepcionistas de instituições de saúde, para testar a vacina. Todos vão passar por análise sorológica antes da aplicação e serão acompanhados semanalmente por até um ano.  

Outra vacina que deve ter os testes iniciados no Estado é a do laboratório belga Janssen-Cilag, unidade farmacêutica da Johnson & Johnson. No entanto, a empresa comunicou à Anvisa a interrupção temporária do estudo clínico em virtude de um evento adverso grave ocorrido com um voluntário do exterior.  

Os testes já foram retomados nos Estados Unidos após a empresa Johnson & Johnson afirmar que o incidente com o voluntário não teve nenhuma relação com a vacina. Mas a empresa não divulgou detalhes sobre o ocorrido. No Estado, Ana Lúcia afirmou que ainda são aguardadas informações sobre o caso para continuar os estudos.  

Número de casos  

Segundo boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), o número de casos de coronavírus cresceu em Mato Grosso do Sul. Nas últimas 24 horas, 302 pessoas testaram positivo para a doença.  

Campo Grande continua sendo o epicentro da contaminação, com 89 novos casos, seguida de Corumbá, com 38 pessoas contaminadas, e Três Lagoas, com 18. O total de casos confirmados é de 79.901.

No Estado, foram registradas mais sete mortes, totalizando 1.553 óbitos desde o início da pandemia. O número de mortes na Capital chegou a 668, com três óbitos em 24 horas.  

A taxa de contaminação no Estado está em 0,4%, com 1,9% de letalidade e 55,3% de mortalidade. Em Campo Grande, a taxa de letalidade é a mesma, no entanto, a mortalidade fica em 73,7%. 

  • fonte: Correio do Estado