Após atingir 5,25 metros, nível do Guaíba começa a diminuir em Porto Alegre; ‘tendência é baixar’, diz hidrólogo

Água deve recuar dos bairros inundados pela enchente do lago, que tirou milhares de pessoas de casa.

Aeroporto Internacional Salgado Filho alagado em Porto Alegre — Foto: Mauricio Tonetto/Secom-RS
Foto: Mauricio Tonetto

O Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) sinaliza que o Guaíba atingiu o nível máximo de 5,25 metros na terça-feira (14) e que a tendência é que, agora, ele baixe – de forma lenta e gradual.

Milhares de pessoas precisaram sair de casa depois que o lago transbordou e avançou sobre ruas, principalmente nos bairros das regiões Norte, Central e Sul. O aeroporto Salgado Filho e a estação rodoviária, por exemplo, foram inundados. Milhares de pessoas precisaram sair de casa e 13,9 mil estão acolhidas em 155 abrigos, de acordo com a prefeitura.

“Os modelos hidrológicos estão indicando justamente uma estabilização. (A água) vai flutuar em torno dos 5,20 metros, vai um pouquinho acima, talvez um pouquinho abaixo e, aí, a partir desta quarta, entraremos em uma trajetória descendente”, afirmou o hidrólogo Fernando Fan, professor do IPH, em entrevista à GZH.

Conforme a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), desde o momento em que o nível atingiu 5,25 metros, às 20h15 de terça, a medição variou entre 5,23 e 5,20 ao longo de 12 horas. Às 8h15 desta quarta-feira (15), o Guaíba estava em 5,19.

O valor ainda está acima da cota de inundação, que é de 3 metros. Apesar disso, a água já deve recuar das ruas inundadas, principalmente nas regiões Norte e Central da Capital.

“A água está voltando para o Guaíba pelas mesmas frestas, as drenagens, canalizações em que ela entrou. Conforme a gente vai esvaziando o Guaíba, chega um momento em que as casas de bomba vão ser religadas. Conforme isso for acontecendo, a própria casa de bombas também vai bombeando água para fora, e esses locais vão secando como antes”, explica explicou o hidrólogo.

O G1 entrou em contato com o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) de Porto Alegre nesta quarta em busca de informações sobre as 23 casas de bombas que existem na cidade. A assessoria de comunicação disse que daria um retorno a respeito ao longo da manhã.

Mesmo com a baixa, ainda há instabilidade nos bairros atingidos, e mais chuvas podem vir até o final do mês. A partir da diminuição, será possível, passar para as próximas etapas de manutenção da cidade.

Fonte: G1