Assinada ordem, obra de acesso na ponte bioceânica começa em até oito meses

Obra de mais de R$ 470 milhões é somado a outros R$ 239 mi investidos na BR-267, sendo a primeira com licitação na modalidade de Regime Diferenciado de Contratações

Assinatura das ordens de Serviço aconteceu na manhã desta terça-feira (19) – Marcelo Victor/ Correio do Estado

Em sequência à agenda de recepção de ministros Federais, o governador por Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, participou da assinatura da Ordem de Serviço das obras de acesso à Ponte Bioceânica, na BR-267, e também de adequação da rodovia, somando um empenho de R$ 711 milhões totais voltados para MS. 

Além do Governador, os ministros federais Simone Tebet (Planejamento) e George André Palermo Santoro (interino do Planejamento) marcaram presença no Bioparque hoje (19), ao lado de demais autoridades como: a deputada Camila Jara e os senadores Nelson Trad e Soraya Thronicke, entre outros. 

Secretário de Estado de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso do Sul, Hélio Peluffo aponta que a obra junto à BR-267 deve ser executada em até 26 meses, sendo o prazo dos oito primeiros voltados para o projeto, com os outros 18 meses (um ano e meio) para início e conclusão da obra. Peluffo destaca que a licitação se deu por meio de Regime Diferenciado de Contratações (RDC). 

“Esse é um modelo em que há um pacote fechado, a empresa vencedora desenvolve um projeto nesses oito meses para o início das obras. Você apresenta o valor básico e quem ganha desenvolve o projeto. É uma modernidade que o governo usa e o Estado usará em breve, tenho certeza que em seis meses a obra começa”, esclarece. 

Considerando um investimento “extremamente importante para a região”, por completar um processo aduaneiro que se soma à recuperação da rodovia 267. 

“E o governador, Eduardo Riedel, autorizou também a recomposição do pavimento na 284, que sai de Caracol e entra na 267, interligando todo o Cone Sul a esse modal que é Porto Murtinho”, frisa. 

Obras

Enquanto os mais de 472 milhões de reais são voltados para a criação do contorno rodoviário – à direita de Porto Murtinho até o ponto de acesso a Carmelo Peralta -, outros R$ 239 milhões são voltados para a BR-267. 

Conforme a segunda ordem de serviço assinada, essa outra frente trabalhará a restauração do pavimento, com adequação de capacidade na BR-267. São aproximadamente os 101 km finais da rodovia, entre os quilômetros 577 e 678, já próximo à Porto Murtinho. 

Como destacou o ministro interino da pasta de Transportes Federal, George André Palermo Santoro, Mato Grosso do Sul fechará o ano com quase 900 milhões de reais empenhados, sendo pelo menos 600 voltados para a área do transporte sul-mato-grossense. 

Quanto aos 472 milhões, a obra será o acesso à Rota Bioceânica, sendo um serviço complexo por se tratar, basicamente, “de uma nova ponte”, já que as características do território no lado brasileiro consiste em uma grande área alagada. 

Nessa obra, além da terraplanagem necessária para o acesso elevado da ponte, todo o centro aduaneiro será incorporado no trecho. 

“A ponte está com 40% da obra realizada, e deve ser entregue no segundo semestre de 2025. Já em relação ao acesso, a nossa previsão é que esteja finalizado no primeiro semestre de 2026, o que não interfere em nada no cronograma oficial de inauguração da Rota”, argumentou o responsável pela pasta de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck

Ainda este ano o Correio do Estado destacou que, neste trabalho de R$ 472, o item mais custoso trata-se justamente da terraplanagem, orçada em pelo menos R$ 145,9 milhões. 

Como exemplo, cabe citar o município de Porto Murtinho, que conta com a proteção de um dique de cerca de 11 metros de altura, para evitar que a cidade volte a alagar, cenário vivenciado pelos murtinhenses em 1982. Sendo assim, esse acesso elevado precisaria ser igual, ou superior, ao presente em Porto Murtinho. 

Rota

Corredor rodoviário com extensão de 2.396 km, a Rota Bioceânica ligará os dois maiores oceanos do planeta (Atlântico e Pacífico), partindo do Brasil e chegando aos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, passando pelo Paraguai e pela Argentina.

Esse projeto começou a ser debatido ainda em 2014, iniciando em 2017, com a promessa de ampliar a relação comercial do Estado com países asiáticos e sul-americanos. 

Inclusive os custos para o envio da produção sul-mato-grossense seriam reduzidos, conforme estudo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), assim como os além do tempo de viagem serão encurtados em até 17 dias rumo ao mercado asiático.

Em análises otimistas, a Bioceânica tem potencial para movimentar US$ 1,5 bilhão por ano em exportações de carnes, açúcar, farelo de soja e couros para os demais países por onde passará. 

Fonte: Correio do Estado