Banco de sangue animal também enfrenta queda de doações durante a Pandemia

Com número de doações reduzidas, estoques chegaram a zerar em Campo Grande

Durante a pandemia, o número de doações de sangue animal também caiu em Campo Grande, e o Banco de Sangue Animal chegou a ter os estoques zerados. 

O banco, que colhe em média 30 bolsas de sangue por mês, percebeu uma melhora no quadro de doações nos últimos dias, mas ainda assim, trabalha com doações reduzidas.

“Ficamos em estados de atenção. Tivemos os estoques zerados e alguns tutores ligando desesperados precisando de sangue. Ainda estamos com o estoque reduzido, mas conseguimos atender”, afirma a médica veterinária, responsável pelo Banco de Sangue Animal, Doutora Leizinara Lopes. 

“Durante a pandemia, precisamos respeitar todos os critérios de biossegurança, o que acabou dificultando as doações. Agora, seguimos com todos os cuidados, seguindo os protocolos e buscando realizar o procedimento o mais rápido possivel”, comenta Leizinara. 

O pet influencer, Ozzy, é doador há dois anos, e de acordo com a tutora Lidiane Ricci, 27 anos, ela decidiu levar o Bull Terrier para doar depois de conhecer algumas pessoas do Banco de Sangue e se encantar com o gesto. 

“Até então eu nem sabia que pet podia doar. Como sou doadora de sangue no Hemosul, e acredito que doar sangue ajuda a salvar vidas, porque não doar o sangue do meu pet né?”, comenta Lidiane.

CUIDADOS PARA A DOAÇÃO

O Ozzy passou a ser doador depois do primeiro ano de vida, esse é um dos critérios para a doação do sangue animal. 

Além disso, é preciso estar atento ao peso, saúde e até mesmo comportamento do “melhor amigo do homem”.

“Existem alguns pré-requisitos para o animal se tornar um doador, isso para não prejudicar a saúde do animal. Seguimos por exemplo um intervalo de três meses para cada doação, e antes ele passa por uma triagem e uma bateria de exames para garantir a segurança tanto do doador, quanto do receptor”, explica a veterinária, Leizinara Lopes. 

O tutor acompanha o animal durante todo o processo, para que o cão se sinta mais confortável e seguro com a doação.

Para ser um doador, o cão precisa ter idade entre 1 e 8 anos; peso mínimo de 27 kg; temperamento dócil; vacinação e vermifugação atualizadas; controle de pulgas e carrapatos e não apresentar doença ou transfusão prévia.

Já os felinos precisam ter idade entre 1 e 7 anos, peso mínimo de 4 kg; temperamento dócil; vacinação e vermifugação atualizadas; controle de pulgas e carrapatos e também não apresentar doença ou transfusão prévia. 

“Não coletamos [Banco de Sangue Animal] de gatos, pois atualmente não temos bolsa ideal para conservar sangue de gato. Isso porque a coleta acaba sendo em sistema aberto e dura apenas 24h. Sendo assim optei em não coletar de gatos e quando precisam indico outros colegas”, esclarece Leizinara.

COMO FUNCIONA

Para garantir a segurança dos pets, o Banco de Sangue Animal identifica cada bolsa doada, com códigos de barras que carregam todas as informações do doador.

Como no Brasil ainda não se tem um banco de sangue público, os tutores acabam precisando pagar para conseguir o sangue. 

Mas é importante lembrar que não é o sangue que é vendido, até mesmo porque ele é recebido por meio de doação. 

O custo cobrado se refere aos gastos com os exames, com a segurança e também com a mão de obra.

Leizinara explica que os bancos de sangue surgiram quando foi observado a necessidade dos médicos veterinários e “na ânsia da necessidade foram surgindo alguns bancos, porque era preciso sangue seguro, confiável e que vai salvar o animal doente, e não trazer mais problemas”.

  • fonte: Correio do Estado