Biden chega a Israel para visita de alto risco em meio a protestos após explosão em hospital de Gaza

Presidente dos EUA pousou em Tel Aviv na manhã desta quarta-feira (18); agenda inclui reunião com Netanyahu, Herzog e com famílias de vítimas da guerra

Reuters

O presidente dos EUA, Joe Biden, chegou a Tel Aviv nesta quarta-feira (18) para iniciar uma viagem extraordinária de alto risco a Israel, em meio a protestos após a explosão mortal no Hospital Batista Al-Ahli, em Gaza, enquanto autoridades israelenses e palestinas trocavam acusações sobre o culpado pelo ataque.

A explosão marca uma nova fase perigosa na guerra de Israel com o grupo radical islâmico Hamas, que ameaça repercutir-se a nível regional.

Biden desembarcou do Air Force One às 11h01 (5h pelo horário de Brasília), cumprimentando o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o presidente israelense Isaac Herzog com abraços antes de apertar a mão da encarregada de negócios da embaixada dos EUA, Stephanie Hallett.

Com a sua visita, Biden procura demonstrar apoio firme a Israel enquanto o país trabalha para eliminar o Hamas, ao mesmo tempo que pressiona por formas de aliviar o sofrimento humanitário em Gaza.

Reuniões canceladas após explosão de hospital

A complexa missão diplomática de Biden ao Oriente Médio deveria acalmar a região e fortalecer os esforços humanitários para Gaza, mas depois do ataque a um hospital de Gaza ter matado centenas de palestinos na noite de terça-feira (17), a Jordânia cancelou uma cúpula planejada com Biden, o presidente palestino Mahmoud Abbas e o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, chegou a Tel Aviv antes da visita do presidente Joe Biden.

A chegada do presidente dos EUA a Israel nesta quarta-feira dará continuidade à viagem de vários dias de Blinken por sete nações ao Oriente Médio, enquanto os EUA tentam encontrar um equilíbrio delicado entre fornecer apoio inabalável às operações militares de Israel e, ao mesmo tempo, mitigar a catástrofe humanitária em Gaza e impedir que a guerra se espalhe para outras frentes.

Blinken voltou para Israel vindo de Amã, na Jordânia.

Israelenses ao redor de Tel Aviv estavam entusiasmados com a visita de Joe Biden e aguardavam com expectativa o apoio da “superpotência”, como um residente descreveu.

Biden fará “perguntas difíceis”

Biden pretende fazer “perguntas difíceis”, mas também enfatizar seu relacionamento como um “verdadeiro amigo de Israel” ao se reunir com autoridades israelenses em Tel Aviv nesta quarta-feira, de acordo com um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA.

O presidente iniciará sua visita com uma reunião com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, seguida por um encontro mais amplo com o gabinete de guerra de Israel, disse o porta-voz do NSC, John Kirby, a repórteres no Air Force One.

“Ele fará algumas perguntas difíceis”, disse Kirby, inclusive sobre “para onde eles pensam que estão indo”.

“Ele perguntará como um amigo, um verdadeiro amigo de Israel”, acrescentou Kirby.

Segundo Kirby, Biden planeja enfatizar que não deseja que o conflito se amplie. Ele também pretende abordar a situação humanitária em Gaza e levantar a questão dos reféns, disse Kirby.

Durante sua visita, Biden deverá se reunir com os socorristas israelenses, bem como com as famílias das vítimas e pessoas ainda desaparecidas ou feitas reféns, embora Kirby não saiba dizer se eram famílias de americanos ou israelenses.

Biden também fará comentários e se reunirá com o presidente israelense Herzog antes de sua partida.

No voo de volta para casa, Biden planeja falar com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e com o presidente egípcio, El-Sisi, no lugar da cúpula programada na Jordânia, que foi cancelada.

Apoio a Israel

A chegada de Biden a Tel Aviv durante a guerra marca a sua mais contundente demonstração pública de apoio a Israel desde os ataques de 7 de outubro do Hamas que deixaram 1.400 israelenses – e dezenas de americanos – mortos.

Outros americanos, juntamente com muitos israelenses, também estão mantidos como reféns pelo Hamas, e pelo menos 3.000 pessoas foram mortas na Faixa de Gaza desde o início dos combates, segundo informou terça-feira o Ministério da Saúde palestino em Gaza.

Fonte: CNN