Celulose é líder absoluta nas exportações

Mato Grosso do Sul exportou US$ 5,217 bilhões (cerca de R$ 21,128 bilhões) em 2019, valor menor se comparado ao ano passado, quando o Estado faturou US$ 5,692 bilhões. Entre os produtos sul-mato-grossenses enviados para outros países, a celulose foi responsável por 37,95%, liderando como principal produto da pauta de exportação, seguida pela soja, que teve redução na participação, sendo responsável por 21,62%, e pela carne bovina, com 14,89% do total.

Os dados são do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, compilados na Carta de Conjuntura elaborada pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), e apontam que a celulose aumentou em 4,3% a venda externa, passando de US$ 1,897 bilhão em 2018 para US$ 1,980 bilhão neste ano. Em relação ao volume exportado, o aumento foi de 7,67%. Em 2018, o Estado enviou 3,931 bilhões de toneladas e em 2019 o número foi de 4,232 bilhões de toneladas.

As indústrias de papel e celulose do Estado se concentram, atualmente, em Três Lagoas. O cenário de exportações era completamente diferente há pouco mais de dez anos, quando foi inaugurada a primeira fábrica de papel e celulose de MS na cidade. Em 2019, o município foi responsável por 50,65% dos valores exportados por Mato Grosso do Sul entre janeiro e dezembro. 

Para o presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore-MS), Moacir Reis, as perspectivas são positivas para 2020. “O setor florestal tem contribuído muito para o agronegócio sul-mato-grossense e cada vez mais temos buscado compartilhar informações sobre a cadeia, mostrar os diferenciais do Estado e representar os produtores e consumidores de florestas plantadas. Precisamos ser mais competitivos, conquistar novos investidores e aproveitar todo o potencial do nosso Estado”, afirmou.

PRODUÇÃO

Atualmente, o Estado é considerado o segundo maior produtor de florestas plantadas de eucalipto do Brasil. Concentra grandes indústrias de papel e celulose e uma fábrica de MDF; as siderúrgicas estão retomando suas operações e há boas perspectivas para o futuro da cadeia de base florestal, conforme a Reflore-MS. 

Mato Grosso do Sul se consolidará como polo de produção de celulose no País nos próximos anos. Somando as unidades fabris já em funcionamento em Três Lagoas e a nova fábrica que será instalada em Ribas do Rio Pardo, o Estado será responsável pela produção de 7,1 milhões de toneladas do produto. 

Três Lagoas detém hoje o monopólio da produção de celulose no Estado. A Suzano tem, no momento, duas plantas em Três Lagoas; ambas foram construídas pela Fibria, empresa incorporada pela Suzano em abril de 2019 em um negócio de R$ 36 bilhões. As unidades da Suzano em Três Lagoas têm a capacidade de produzir 3,2 milhões de toneladas de celulose por ano, e 92% da produção é destinada ao mercado externo. 

Enquanto isso, a unidade da Eldorado, também localizada em Três Lagoas, produz anualmente 1,7 milhão de toneladas de celulose. Já a nova fábrica da Suzano, que será instalada em Ribas do Rio Pardo, produzirá 2,2 milhões de toneladas do produto após o funcionamento. 

“Recentemente, a Suzano anunciou a aquisição de 106 mil hectares de terra e a compra da licença de instalação de uma fábrica de celulose em Ribas do Rio Pardo, com capacidade anual de até 2,2 milhões de toneladas, e a Eldorado Brasil está construindo uma usina de produção de energia limpa, a partir de tocos e raízes dos eucaliptos colhidos para a fabricação da celulose. Esses investimentos mudarão cada vez mais o panorama da região e transformarão a vida de muitas pessoas”, disse o presidente da Reflore.

SOJA

Enquanto a participação da celulose aumentou, a soja em grão apresentou uma redução na fatia dos exportados, representando 21,6% da pauta estadual externa. Os negócios com outros países reduziram em 41%. Em termos de volume, houve queda de 33,94%, comparando 2019 ao mesmo período de 2018. De acordo com titular da Semagro, o secretário Jaime Verruck, a redução na exportação da soja em grão não é negativa para o Estado. No ano passado, houve aumento do esmagamento de soja no mercado interno e a tendência é que as exportações continuem diminuindo em 2020. “A atividade de novas indústrias neste ano vai aumentar o processamento de soja internamente, como a Coamo em Dourados, e isso é positivo, pois a operação dentro do Estado gera impostos e agrega valor à cadeia”, disse Verruck.

O secretário ainda ressalta que o milho foi o destaque de 2019, resultado de uma safra recorde e de uma política estadual de incentivo à logística. Mas, segundo ele, a tendência é aumentar o consumo interno nos próximos anos, com expansão da avicultura e suinocultura.

IMPORTAÇÕES

O levantamento aponta que, em relação aos produtos importados, o Estado continuou com uma pauta concentrada na importação de gás boliviano, representando 52,63% do catálogo de importações de janeiro a dezembro de 2019, 17,25% abaixo dos valores verificados em 2018.