Cesta básica em Campo Grande atinge o 5° maior preço do país

Foto: Gerson Oliveira

A cesta básica em Campo Grande apresentou variação mensal de 2,85% no mês de novembro, com valor de R$772, se tornando a 5° mais cara do país. As maiores altas ocorreram em Recife (5,47%), Goiânia (4,64%), Brasília (4,39%) e João Pessoa (4,30%).

A comparação dos valores da cesta, entre novembro de 2023 e novembro de 2024, mostra que o custo dos alimentos básicos aumentou em todas as cidades, com destaque para as variações de Campo Grande (14,47%), Goiânia (12,19%), Brasília (11,19%) e São Paulo (10,56%).

Já entre todos os 11 meses de 2024, todas as capitais tiveram elevação no preço médio, com variações de 1,85% em Porto Alegre, e 10,72% em Campo Grande.

Entre os produtos que mais pressionaram o orçamento estão a batata, com um aumento de 17,27%, o óleo de soja (16,13%) e a carne bovina de primeira (10,02%). Outros itens básicos também registraram altas, como o tomate (2,58%) e o café em pó (1,24%).

Apesar de quedas pontuais, como no preço da banana (-13,21%), feijão carioquinha (-3,39%) e leite de caixinha (-0,82%), o custo total da cesta básica para uma família de quatro pessoas em Campo Grande foi estimado em R$ 2.317,35.

Com o salário mínimo líquido de R$ 1.306,10, após o desconto de 7,5% para a Previdência Social, o trabalhador precisou comprometer 59,14% da sua renda mensal para adquirir os itens básicos. Em comparação, em outubro, o comprometimento era de 57,50%.

Além disso, o tempo médio necessário para a aquisição da cesta básica foi de 120 horas e 21 minutos, um aumento de 3 horas e 20 minutos em relação ao mês anterior. Na comparação com novembro de 2023, o tempo de trabalho necessário aumentou em 7 horas e 53 minutos.

Os dados apresentados pela DIEESE levam em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Situação local

Durante os 11 meses deste ano Campo Grande também aparece com a maior variação percentual no período, sendo 7,65% mais cara entre janeiro e outubro, com a única retração – mínima, inclusive – observada em Salvador (-0,03%). 

Além disso, a média nacional de horas trabalhadas para comprar uma cesta básica, batendo 105 horas e 14 minutos em outubro, também subiu cerca de três horas, já que em setembro tinha registrado 102h e 14 minutos.

Nesse sentido, no mês de outubro o campo-grandense precisou se esforçar mais de dez horas além da média nacional (11h87m a mais), gastando 117h e um minuto do mês para comprar uma cesta básica. 

Dos aumentos percentuais no mês de outubro, o tomate (17,21%) segue aparecendo como “vilão da cesta básica”, seguido em Campo Grande pelos aumentos observados: 

  • Na carne bovina (8,62%); 
  • Café em pó (4,65%);
  • Óleo de soja (4,20%) e
  • Batata (1,69%). 

Campo Grande viu discreta queda no preço do leite de caixinha (-0,32%), com 15,16% no acumulado de 2024, acompanhada também pelo arroz agulhinha (-0,48%), índice que interrompe série de alta trimestral. 

Cabe apontar que para determinados produtos, como a carne bovina, por exemplo, a alta foi registrada em todas as cidades, com o aumento percentual de Campo Grande sendo o segundo maior, atrás apenas de Fortaleza (9,95%). 

Já no tomate foi observado o reflexo do fim da safra de inverno em outubro, com aumento do preço no varejo, uma vez que o calor de meses anteriores acelerou maturação do tomate, abastecendo o mercado com valores menores.

  • Fonte: Correio do Estado