Depois de vários dias chuvosos, as equipes de combate ao Aedes não desperdiçaram a brecha que o mau tempo deu e correram para as ruas para intensificar as ações no Imbirussu. A região faz parte da mega operação de eliminação dos focos do mosquito, que vai durar até o final do mês de abril e á a primeira dentre as sete a receber o mutirão.
Além do trabalho dos agentes de combate às endemias, as ações contam com quatro pontos de coleta de materiais de grande e pequeno volumes.
Durante o período da campanha, em cada região, acontecerá gincanas para envolver a população no recolhimento e retirada de materiais que possam servir como criadouro do mosquito Aedes aegypti. A maior dificuldade para o controle do vetor está nos imóveis fechados que, por sua vez, possuem uma grande concentração de focos.
A Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais (CCEV) da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) realizou um levantamento, identificando mais de 4 mil imóveis fechados só na Região Central de Campo Grande.
“Isso nos chamou a atenção e foi o que nos fez buscar a parceria das demais secretarias o que culminou com essa megaoperação, que acontecerá em toda a cidade, uma região por semana. Hoje sabemos que aproximadamente 20% dos imóveis estão fechados ou existe recusa por parte do morador para que o agente possa fazer o seu trabalho e isso somente potencializa o problema”, explica o secretário Municipal de Saúde, José Mauro Filho.
Pontos de descarte
Foram disponibilizados quatro pontos de transbordo para que os moradores da região possam fazer o descarte de materiais inservíveis de grande e pequeno volume, como geladeiras, televisores, sofás, camas, entre outros.
Área 01: Av. Amaro Castro Lima com Av. 2 – Nova Campo Grande (lateral E.M. Fauze Scaff Gattass Filho)
Área 02: Acesso Nice com Rua Principal n. 5 – Núcleo Industrial
Área 03: Rua Itamirim e Rua Antônio Pereira Veríssimo – Altos do Panamá
Área 04: Ecoponto Panamá – Rua Sagarana com Av. José Barbosa Rodrigues, Bairro Panamá
Mosquito Zero
A expectativa é de que até abril as sete regiões de Campo Grande tenham recebido uma ação semelhante, conforme cronograma pré-definido.
- 1ª Semana – Imbirussu,
- 2ª Semana – Anhanduizinho,
- 3ª Semana – Bandeira,
- 4ª Semana – Prosa,
- 5ª Semana – Lagoa,
- 6ª Semana – Segredo,
- 7ª Semana – Centro.
Ações
Desde agosto do ano passado, a Prefeitura tem intensificado as ações de enfrentamento ao mosquito, antecipando a chegada dos períodos críticos, de chuva e calor. As equipes da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais (CCEV) da Sesau tem realizado diariamente o trabalho de orientação e eliminação de criadouros do mosquito.
Além de inspeções em residências, é feita a vistoria em pontos estratégicos, áreas consideradas de maior risco de proliferação de mosquito e que exigem um trabalho específico, a exemplo de borracharias, oficinas mecânicas, pontos de recicláveis, construções, casas e construções abandonadas.
Infestação pelo Aedes
Conforme o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo o Aedes aegypti (LIRAa), sete áreas de Campo Grande foram classificadas com o risco de surto de doenças transmitidas pelo mosquito. O número de áreas em alerta praticamente dobrou, em comparação com o último LiRaa divulgado em novembro do ano passado, passando de 22 para 42 áreas. Dezoito áreas permanecem com índices satisfatórios.
O índice mais alto foi detectado na área de abrangência da USF Iracy Coelho, com 8,6% de infestação. Isso significa que de 233 imóveis vistoriados, em 20 foram encontrados depósitos. A área da USF Azaleia aparece em segundo com 7,4% de infestação, seguido da USF Jardim Antártica, 5,2%, USF Alves Pereira, 4,8, USF Sírio Libanês, 4,4%, Jardim Noroeste, 4,2% e USF Maria Aparecida Pedrossian (MAPE), 4,0%.
Dados epidemiológicos
Segundo informação da Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica até o dia 21 de janeiro foram notificados 974 casos de dengue em Campo Grande. Um óbito, de um homem de 30 anos, já foi confirmado.
Além dessas, ainda foram registradas três notificações de Zika Vírus e uma de Chikungunya, que ainda estão passando por processo de avaliação laboratorial para confirmar ou não as suspeitas.
Durante todo o ano de 2019, foram registrados 39.417 casos notificados de dengue em Campo Grande, sendo 19.647 confirmados e oito óbitos.
Apesar dos números expressivos, impulsionados pela epidemia do último ano, o mês de dezembro fechou com aproximadamente 45% a menos de casos registrados no ano anterior.