Clubes eram obrigados a repassar até 20% dos patrocínios para grupo de Cezário

As revelações de Miro corroboram as investigações do Gaeco e evidenciam a amplitude do esquema criminoso

Foto: Henrique Kawaminami

As investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) que levaram à prisão de Francisco Cezário de Oliveira e outros seis na Operação Cartão Vermelho, em 21 de maio, continuam a revelar detalhes chocantes sobre o esquema de corrupção na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS).

De acordo com as apurações, membros da suposta organização criminosa liderada por Cezário exigiam que os clubes devolvessem até 20% do valor obtido em patrocínios intermediados pela FFMS. Essa prática, que se estendia a times de todos os portes, configurava-se como um verdadeiro sistema de propina milionária que manchava o futebol sul-mato-grossense.

Jamiro “Miro” Rodrigues de Oliveira, ex-presidente do Misto Esporte Clube e vice-presidente da FFMS na época, confirmou em depoimento o esquema de cobrança de propina. Segundo Miro, quando um clube obtinha um patrocínio através da FFMS, era obrigado a negociar uma porcentagem do valor para os membros da organização criminosa. O pagamento, na maioria das vezes, era feito em dinheiro vivo, para evitar rastros.

As revelações de Miro corroboram as investigações do Gaeco e evidenciam a amplitude do esquema criminoso. A FFMS, que deveria ser uma entidade séria e comprometida com o desenvolvimento do futebol no estado, se transformou em um palco de corrupção e extorsão.

O caso é um duro golpe para o esporte sul-mato-grossense e exige medidas firmes por parte das autoridades. É necessário que todos os envolvidos sejam responsabilizados e que o futebol de Mato Grosso do Sul seja reconstruído em bases sólidas e transparentes.

Acompanhe a seguir alguns pontos importantes sobre o caso:

  • Operação Cartão Vermelho: Deflagrada em 21 de maio, a operação prendeu Francisco Cezário de Oliveira, ex-presidente da FFMS, e outros seis suspeitos de envolvimento em um esquema de corrupção.
  • Exigência de propina: Clubes eram obrigados a repassar até 20% do valor de patrocínios intermediados pela FFMS para membros da organização criminosa.
  • Depoimento de Miro: Ex-vice-presidente da FFMS, Jamiro “Miro” Rodrigues de Oliveira confirmou em depoimento o esquema de propina.
  • Pagamento em dinheiro vivo: A maioria dos pagamentos era feita em espécie para evitar rastros.
  • Impacto no futebol sul-mato-grossense: O caso é um duro golpe para o esporte no estado e exige medidas firmes para combater a corrupção.

A sociedade sul-mato-grossense espera que a justiça seja feita e que o futebol local possa ser resgatado do mar de lama em que se afundou.

Fonte: Folha de Campo Grande