Com sistema de saúde pressionado, Campo Grande já classificou surto como epidemia

Hospital enfrenta superlotação – Foto: Santa Casa de Campo Grande

Em meio ao surto de doenças respiratórias em crianças, que tem sobrecarregado o sistema público e privado de saúde, a SES (Secretaria Municipal de Saúde) instituiu o COES (Centro de Operações de Emergência em Saúde). O intuito é atuar em ações emergenciais de saúde.

A superlotação da Santa Casa e o consequente fechamento do maior hospital de Mato Grosso do Sul para novos pacientes, reflete diretamente no atendimento de saúde a moradores dos municípios do interior. Já que a Santa Casa é o hospital referência na regulação de vagas.

De acordo com a secretária estadual interina de saúde, Christinne Maymone, o COES está monitorando a situação dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul. O centro de operações entrou em vigor diante da publicação em diário oficial na segunda-feira (03).

O COES tem como objetivo promover respostas coordenadas, por meio da articulação e integração dos atores envolvidos e análise das informações, subsidiando a tomada de decisão da Secretaria de Estado de Saúde (SES), na definição de estratégias e ações adequadas e oportunas para o enfrentamento de emergências em saúde de qualquer natureza, no âmbito do território estadual.

Santa Casa fecha para novos pacientes

Superlotada e em situação classificada como “extremamente crítica”, a Santa Casa de Campo Grande comunicou a Secretaria Municipal de Saúde, o Conselho Regional de Medicina e o Ministério Público Estadual que não vai receber novos pacientes a partir da segunda-feira (3).

Em nota, a Santa Casa informou que possui 24 pacientes na área vermelha do pronto-socorro, enquanto a capacidade do setor é de 6 leitos. Deste total, 20 estão aguardando vaga na enfermaria ou UTI, quatro deles estão intubados.

Na área verde, são 43 pacientes em um setor que tem capacidade para seis leitos. Dos 43, 28 estão internados aguardando vaga em outros setores do hospital.

No setor pediátrico, a Santa Casa tem seis crianças em estado grave, cinco deles intubados. Esta unidade, segundo o hospital, tem capacidade para apenas três leitos. Na área verde do setor pediátrico, são 10 pacientes internados e três em observação. “Ainda estamos aguardando a chegada de mais 2 pacientes graves para a área vermelha”, informou o hospital em nota.

Campo Grande em epidemia de doenças respiratórias

A secretaria municipal de saúde, classificou o surto de doenças respiratórias que atinge principalmente crianças, como epidemia. A situação tem pressionado a saúde da rede pública e até privada, que enfrentam lotações.

Para conter a pressão no sistema público, a prefeitura vai tomar medidas emergenciais, como compra de leitos privados e liberação de consultas pediátricas sem agendamento nas unidades básicas de saúde da Capital.

Na semana passada, a cidade tinha uma demanda diária de 50 crianças à espera de vaga em hospital. O surto de doenças respiratórias atinge principalmente crianças e é mais grave em bebês. A situação se agravou em razão da circulação dos vírus Covid-19, rinovírus, sincicial respiratório e influenza no período de volta às aulas e após o período de isolamento da pandemia, quando a circulação de vírus entre as crianças foi menor. Entenda mais detalhes do surto respiratório nesta reportagem.

Fonte: Midiamax