O Governo Federal disponibilizou no dia 21 de março uma linha de crédito com desconto na folha de pagamento dos trabalhadores CLT. A ideia é próxima ao modelo oferecido aos aposentados e pensionistas do INSS. Conforme o Ministério do Trabalho e Emprego já foram feitas mais de 40 milhões de simulações de empréstimo.

Apesar da alta procura, a linha de crédito é alvo de críticas de especialistas e economistas que alegam o risco de alta no endividamento familiar.
Em entrevista ao Jornal da Hora desta sexta-feira, (28), a presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Mato Grosso do Sul (FCDL MS), Inês Santiago, alertou os trabalhadores dos riscos do empréstimo.
Conforme Inês Santiago, a estratégia é uma medida populista e vem para aliviar a imagem do governo federal ante o aumento da inflação.
“O FGTS é uma medida protetiva para o trabalhador. Ele pode ser usado na hipótese de demissão, aposentadoria e doença. O governo veio em uma medida populista e midiática ao invés de fazer seu dever que é controlar a inflação e a alta dos alimentos. É obrigação legal do governo garantir a segurança alimentar da população. Para isso o governo não olha, o brasilero está com dificuldade de pôr comida na mesa”, disse.
Constitucionalidade
Na modalidade do consignado, ao realizar o empréstimo junto ao banco, o trabalhador terá parte de seu salário utilizado para o pagamento da dívida. Diante do procedimento, a presidente da FCDL alertou da constitucionalidade do programa.
“Esse dinheiro não é do governo, não é dos bancos, é do trabalhador. A ideia é pegar esse dinheiro e dar como garantia. Será que alguém está percebendo? A parte mais vulnerável tem que garantir esse empréstimo? Se o governo quer garantir, precisa fazer um fundo garantidor, mas não pode achatar o ganho do trabalhador que com sua remuneração consegue comprar cada vez menos com um empréstimo que ainda vai endividá-los”, disse.
Mesmo com as críticas, Inês Santiago entende que a medida por ser populista, terá grande procura, mas suas consequências serão a longo prazo.
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Texto por Redação Grupo Hora
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