Copa do Mundo Feminina: TUDO o que você precisa saber para se preparar para competição

Por Reuel Oliveira

Faltam dois dias para a abertura da Copa do Mundo Feminina 2023, e pensando nisso, a equipe de jornalismo esportivo da Rádio Hora vai te ajudar a entender tudo sobre a competição e tirar todas as suas dúvidas, para você aproveitar a copa ao máximo. 

Reprodução CNN

História

A Copa do Mundo Feminina surgiu em 1991, e sua primeira edição ocorreu na China, e os Estados Unidos ganharam a primeira de suas 4 taças, em uma final disputada contra a Noruega. 

Reuters/Bernardet Szabo

Desde então, foram oito disputas da competição: 1995, com a Noruega campeã; 1999, com os EUA campeões; 2003, com a Alemanha campeã; 2007, com a Alemanha campeã novamente; 2011, com o Japão campeão; 2015, com os Estados Unidos campeão e em 2019, com os Estados Unidos campeões novamente.

A edição de 2023 será realizada na Austrália e Nova Zelândia, e vai ser a 9° vez que a competição será disputada.

A seleção brasileira nunca foi campeã da competição, mas bateu na trave em 2007, quando foi vice. Nas últimas edições, as amarelinhas ficaram pelo caminho nas oitavas de final e jamais repetiram o feito de chegar a outra decisão.

Esta Edição

 A Copa começa no dia 20/07 com a partida entre as donas da casa Nova Zelândia e Noruega. O Brasil por sua vez, estreia no dia 27 contra o Panamá, e aposta na renovação do elenco para vencer na estreia.

Nesta edição, a competição traz uma novidade: 32 seleções irão disputar o título, e não 20 como de costume. 

Serão 8 grupos: 

  • Grupo A – Nova Zelândia, Noruega, Filipinas e Suíça;
  • Grupo B – Austrália, Irlanda. Nigéria e Canadá;
  • Grupo C – Espanha, Croácia, Zâmbia e Japão;
  • Grupo D – Inglaterra, Haiti, Dinamarca e China;
  • Grupo E – Estados Unidos, Vietnã, Holanda e Portugal;
  • Grupo F – França, Jamaica, Brasil e Panamá;
  • Grupo G – Suécia, África do Sul, Itália e Argentina;
  • Grupo H – Alemanha, Marrocos, Colômbia e Coreia do Sul;

Destaques

A copa é sempre sinônimo de qualidade e talento, e costuma juntar as maiores craques do mundo em uma só competição, com isso fica difícil destacar um só time ou uma só jogadora como favorita.

Morgan e Rapione/Getty Images

Estados Unidos
Os Estados Unidos tem o posto de atual e maior campeão da competição, com isso é difícil dizer que não são as favoritas ou as melhores, e mais ainda destacar apenas uma jogadora deste time, por isso escolhemos duas atletas para representar a seleção: Alex Morgan, atacante de 34 anos que fez 6 gols na última copa  e Megan Rapinoe, atacante de 38 anos que anunciou que vai se aposentar ao final do ano.

Alemanha
A seleção duas vezes campeã da copa chega mais uma vez forte na disputa, e o destaque fica para Alexandra Popp, atacante de 32 anos que vai para sua quarta copa

Inglaterra
A seleção nunca foi campeã, mas é a campeã da Eurocopa e tem um elenco forte que pode entregar muito nesta competição. Assim como os EUA, a Inglaterra tem dois destaques, as britânicas Chloe Kelly, atacante de 25 anos do Manchester City, e a veterana Lucy Bronze, zagueira do Barcelona de 31 anos que foi eleita em 2020 a melhor jogadora do mundo.

Espanha
A seleção espanhola também nunca foi campeã da copa, mas conta com a meia atacante Alex Putellas para buscar o primeiro título. A jogadora inclusive é a atual melhor do mundo pela FIFA.

Brasil
Mesmo nunca tendo sido campeã, a seleção brasileira passou por um processo de reformulação e chega mais forte do que em outras edições para a disputa da competição. Se torna difícil a tarefa de destacar uma jogadora das amarelinhas que não seja a atacante Marta, 6 vezes melhor do mundo. Mas entre vários nomes que chamaram a atenção, as jogadoras Andressa Alves da Roma, e Bia Zanerato do Palmeiras são bons nomes.

Além das seleções favoritas, as atletas Sam Kerr da Austrália, Wendie Renard da França, Ada Hegerberg da Noruega, Christine Sinclair do Canadá e Asisat Oshoala da Nigéria são nomes para ficar de olho.

Adversários

O Brasil foi sorteado no grupo F da Copa do Mundo, junto com França, Jamaica e Panamá. A seleção já enfrentou a França e foi derrotada por 2×1 no último mundial nas oitavas de final. Na mesma edição, a seleção enfrentou a Jamaica na fase de grupos, e saiu vitoriosa por 3×0. A seleção do Panamá faz sua estreia em copas do mundo nesta edição.  

França
A adversária mais difícil do grupo tem na zagueira Wendie Renard a sua referência técnica. A seleção é comandada pelo técnico Hervé Renard, que tem pouco tempo de trabalho e assumiu depois de uma saída conturbada da última técnica do time francês. As europeias nunca foram campeãs, e seu melhor resultado foi chegar às semifinais em 2011. A seleção também tem em seu elenco a maior artilheira de sua história, Eugénie Le Sommer.

Jamaica
O time de Lorne Donaldson costuma jogar para Khadija Shaw. A atacante do Manchester City é a estrela do time e vem de uma temporada de 20 gols em 22 partidas na última liga inglesa. A seleção nunca foi campeã, e tem esperanças de se apoiar em sua craque, para ir o mais longe possível e fazer história na competição.

Panamá
A seleção vem para sua estreia em copas do mundo liderada pela habilidade da meio campo Marta Cox. A jogadora inclusive fez os gols que levaram a seleção para a competição. 

O Brasil:

Taís Magalhães/CBF

Como já foi dito, a seleção brasileira passou por um processo de reformulação em seu elenco. Pia Sundhage passou o último ciclo de preparação para a Copa convocando jogadoras mais jovens, substituindo nomes icônicos e dando ao time um estilo de jogo. Hoje, a seleção pode jogar com mais posse de bola e com velocidade pelos lados, e no time titular, se torna cada vez mais comum a lendária Marta ser reserva, e abrir espaço para as meninas que seguirão levando seu legado.

Na convocação, a técnica sueca trouxe jogadores mais jovens, mas manteve nomes como o de Marta e da goleira Bárbara como lideranças do elenco. 

Convocadas: 

Goleiras: Letícia Izidoro (Corinthians), Bárbara (Flamengo) e Camila (Santos);

Laterais: Antônia (Levante), Bruninha (Gotham FC), K e Tamires (Corinthians);

Zagueiras:  Lauren (Madrid CFF), Mônica (Madrid CFF), Rafaelle (Orlando Pride) e Kathellen (Real Madrid)

Meio-campistas: Duda Sampaio (Corinthians), Kerolin (North Carolina Courage), Luana (Corinthians), Adriana (Orlando Pride), Ana Vitória (PSG) e Ary Borges (Racing Louisville);

Atacantes: Andressa Alves (Houston Dash), Geyse (Barcelona),Bia Zaneratto (Palmeiras), Debinha (Kansas City Current), Gabi Nunes (Levante) e Marta (Orlando Pride).

A atacante Nycole foi convocada, mas devido a lesão, ela foi substituída pela meio campo Angelina, do Benfica, que voltou de lesão recentemente. 

A goleira Letícia Izidoro deverá ser a titular. A arqueira tem 28 anos e atua no Corinthians e jogará sua primeira Copa. Já a goleira Bárbara foi uma das surpresas da convocação, e vai para a Nova Zelândia como um ponto de experiência e força mental para o time.  

Na defesa o misto de idades chama atenção. Entre jovens e experientes Pia tem jogadoras habilidosas que são um dos pontos fortes do time. Rafaelle é a capitã da equipe, e deve ter a companhia de  Kathellen, Antônia e Tamires para formar  time titular. 

O meio campo é o grupo mais jovem do time, com cinco estreantes mas com muita habilidade. Nos últimos jogos, as atletas Ana Vitória, Luana e Duda foram titulares, mas o setor pode mudar. Entre as jogadoras, Ana Vitória chama atenção, com 20 gols em 39 jogos, Kerolin também chama atenção, e a atleta Angelina, foi um ponto de ligação do time antes de sua lesão. Resta saber como Pia montará o setor. 

O ataque que outrora foi dominado pela rainha Marta, hoje não tem a camisa 10 como titular, mas isso não significa que não há boas opções no time, muito pelo contrário. A atacante do Barcelona é campeã da Champions, Geyse, acumula uma sequência de jogos na titularidade da amarelinha, e com Debynha são as favoritas a titulares. Bia Zanerato, a Imperatriz também vem encantando no futebol nacional, e é a prova da capacidade de todas as jogadoras do setor.

Apesar de não ser titular mais, a lendária Marta vem para sua “última Copa do mundo”, segundo ela mesma, e busca fazer história. Independente do resultado final, a jogadora vem fazendo a passagem de bastão para uma nova geração, que terá de enfrentar inúmeros desafios dentro e fora de campo.