Dengue: Infectologista alerta que MS deve se preparar para próximo período sazonal da doença

Texto por Reuel Oliveira

Foto: shutterstock

Com quase cinco milhões de casos prováveis de dengue em 2024, o Brasil apresentou um crescimento de um milhão de casos apenas nos últimos 20 dias, segundo dados do Ministério da Saúde. Ainda de acordo com a pasta, são cerca de 2.768 óbitos pela doença e 2.596 mortes em investigação.   

Em Mato Grosso do Sul, nas últimas dez semanas, o estado teve uma média de  490 novos casos da doença, de acordo com os boletins epidemiológicos da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Em números totais, são 18.294 casos e 18 óbitos confirmados no estado. 

Apesar dos índices, o Brasil apresentou diminuição e indicou uma melhora no quadro. A diminuição também alcançou o Mato Grosso do Sul, que teve apenas 59 casos confirmados na última semana. 

Conforme o médico infectologista e professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Julio Croda, a melhora nos índices de dengue são características do fim do período de sazonalidade da doença.

“Nós já passamos o pico da dengue aqui no estado […] E é natural a queda nesse momento, porque o período de sazonalidade da dengue vai do final de dezembro até final de abril, início de maio. Então a gente está vivendo esse momento com a queda da temperatura, e vamos observar cada vez menos casos de dengue no MS, mas é importante se preparar para a próxima sazonalidade” 

Conforme o professor, o foco do estado agora deve ser se preparar para o próximo período sazonal da doença.  “Já que tivemos um ano mais tranquilo, a tendência é que 2025 seja um ano com o maior número de casos. Importante revisar os planos de contingência dos municípios e reforçar o controle vetorial até o próximo verão, a partir de dezembro de 2024”.

Os sintomas da doença mais comuns são: febre alta; dor muscular; dor nos olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo. 

Dolorita Rodrigues, 49, teve a doença, e conta que demorou cerca de seis meses para se recuperar de todos os seus sintomas.

“A sorte é que [os sintomas] não vêm todos de uma vez. Primeiro, você tem uma dor de cabeça fortíssima Dor de cabeça, dor nos olhos, ânsia de vômito, diarreia. Só que vem por etapa. Primeiro vem a dor nos olhos, depois um cansaço que você não tem força pra nada, isso é sequencial, todo dia vem alguma coisa […] Mas demoram seis meses para você melhorar dela”.

Prevenção

Entre as formas de combater a doença, estão práticas diárias, como realizar a limpeza de terrenos baldios, limpar calhas das casas, limpar caixas d’ água e mantê-las corretamente fechadas, evitar água parada e utilizar telas de proteção nas janelas.