Sem citar especificamente Bolsonaro, que está na Flórida, porta-voz do Departamento de Estado americano afirmou que essas são as regras para qualquer pessoa nos EUA com visto diplomático
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, disse nesta segunda-feira, 9, que qualquer cidadão que tenha entrado no país com passaporte diplomático mas que “não mais exerça” tais atividades tem um prazo para deixar o país ou mudar o visto.
Price falou sobre o tema após ser questionado por jornalistas diante da situação do ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. Bolsonaro está na Flórida desde 31 de dezembro e sua situação imigratória ganhou tração entre a imprensa americana após os ataques em Brasília no domingo, 8.
O porta-voz não quis comentar especificamente a situação de Bolsonaro, e disse que situações individuais de vistos são privadas.
Ainda assim, repetiu quais são as regras para quaisquer viajantes com passaporte diplomático, como é o caso de Bolsonaro. Price afirmou que pessoas que entraram nos EUA com funções diplomáticas, ao deixarem de exercer essas funções, têm 30 dias a partir disso para ou deixar voluntariamente o país ou mudar o status do visto para permanecer em solo americano.
No caso de Bolsonaro, será preciso que o ex-presidente, então, solicite a mudança de seu status nos próximos dias caso queira permanecer no país. Viajantes com visto comum de turista ou de negócios podem ficar nos EUA por até seis meses seguidos. Depois, também só podem continuar caso mudem para um visto de trabalho ou de estudo, por exemplo.
EUA ainda não recebeu pedido de extradição
Price disse ainda que o governo americano ainda não recebeu nenhum pedido de cooperação a respeito do caso Bolsonaro. “Neste caso, ainda não recebemos nenhum pedido por informação”, disse o porta-voz. “Se for útil para as autoridades brasileiras receberem informação do governo dos EUA, nós claro entregaremos esse pedido prontamente.”
Acerca de eventual deportação de Bolsonaro, Price também disse que EUA e Brasil tem forte “cooperação” e que, se houver o cumprimento de alguma decisão judicial e da lei brasileira que precise ser exercido em solo americano, os EUA estão “preparados para fazê-lo”.
- Fonte: Revista Exame