Redução da estimativa para a taxa básica de juros já precifica cortes de 0,5 ponto porcentual nas próximas três reuniões do Copom deste ano
Os economistas ouvidos pelo Banco Central (BC) para o Boletim Focus desta semana reduziram de 12% para 11,75% a estimativa para a taxa básica de juros ao fim de 2023. Para 2024, a projeção caiu de 9,25% para 9% ao ano e de 8,75% para 8,50% em 2025. O relatório foi divulgado na manhã desta segunda-feira (7).
A redução das estimativas vem depois que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) decidiu, pela primeira vez em três anos, cortar a taxa básica de juros do país, a Selic, em 0,5 ponto percentual na quarta-feira (2). Com isso, a taxa passou de 13,75% para 13,25% ao ano.
No comunicado que acompanhou o anúncio da redução dos juros, o BC afirmou que, dos nove membros do Comitê, cinco votaram pelo corte de 0,50 ponto percentual, incluindo o presidente da instituição, Roberto Campos Neto. O comunicado voltou a falar em “serenidade” em relação à política monetária.
Para 2026, a projeção do Boletim Focus para a taxa básica de juros foi mantida em 8,50%.
Considerando a projeção de 11,75% ao fim 2023 e as três reuniões do Copom que ainda ocorrerão até lá, o mercado já precifica uma redução de 1,5 ponto porcentual e cresce a expectativa de que haja cortes seguidos de 0,5 ponto.
Quanto à inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), para 2023 a estimativa foi mantida em 4,84%, mas houve uma pequena redução, de 3,89% para 3,88%, na projeção para 2024.
Para 2025 e 2026 as estimativas foram mantidas em 3,5% nos dois anos.
PIB e Câmbio
A mediana das projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi elevada de 2,24% para 2,26% em 2023. Para os dois anos seguintes, porém, elas foram mantidas em 1,3% e 1,90%, respectivamente.
Já em 2026, novo aumento de projeção, de 1,97% para 2%.
No câmbio, com a queda acumulada nos últimos meses, os economistas ouvidos para o Focus revisaram novamente para baixo a projeção para 2023, de R$ 4,91 para R$ 4,90.
Para os anos seguintes, porém, as estimativas para o câmbio foram mantidas em R$ 5, R$ 5,08, e R$ 5,10.
Fonte: CNN