Dia Livre de Impostos mostra peso da carga tributária e aumenta fluxo nas lojas

A 6ª edição do DLI (Dia Livre de Impostos), realizada na quinta-feira (06), foi um sucesso para o comércio de Campo Grande. O movimento de conscientização nacional é liderado no Estado pela FCDL-MS (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Mato Grosso do Sul) e teve a adesão de 66 municípios e centenas de lojas, que tiveram um aumento no movimento.

O DLI não é desconto e muito menos promoção, é uma forma de mostrar o quanto a alta carga tributária é nociva para a população e impede o desenvolvimento das empresas, travando a economia brasileira.

Durante coletiva de imprensa no Pátio Central, a presidente da federação, dra. Inês Santiago, destacou os impactos da alta carga tributária.

“A alta carga tributária afasta investidores do nosso País, impede o desenvolvimento das nossas empresas, encurta o poder de compra do nosso trabalhador, do nosso consumidor. Compromete a qualidade de vida da população ”, pontuou.

Os produtos que entraram para a campanha abrangem diversos setores, desde joias, vestuários, decoração, eletrodomésticos, ferramentas, materiais de construção e até cerveja.

Se tirar o imposto, em alguns casos, o preço cai pela metade. O impacto da carga tributária varia de 4% a 75%, dependendo do produto.
A FCDL-MS convidou varios setores a participarem do movimento. A ação também serve para trazer mais fluxo e deixar a loja mais atraente aos olhos dos consumidores.

O presidente da CDL-CG (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Campo Grande), Adelaido Vila, enfatiza o esforço do varejista para poder conscientizar sobre o que o consumidor paga.

“Eles estão tirando o imposto da peça e pagando o imposto para poder oferecer ao consumidor. É a oportunidade que ele tem de ajudar na conscientização. As empresas participantes tem um compromisso social muito grande”, destacou.

A agenda foi intensa desde às 7h, com entrevista no Bom Dia MS, depois junto à Escola Desafio Educacional. Por lá, as crianças tiveram 30 dias de educação tributária-financeira, aprendendo sobre o impacto do imposto.

Depois, a equipe da FCDL-MS fez percurso em várias lojas do Centro junto com o impostosauro, mascote do movimento.
O dia terminou, às 18h30, na cervejaria Prosa, onde estava sendo oferecido chop sem imposto, custando apenas R$ 5 ao consumidor.

Sucesso
Se por um lado, os consumidores têm noção sobre como o imposto pesa no bolso, por outro, os lojistas colhem o fruto de um bom fluxo no seu comércio.

Em Campo Grande, centenas de estabelecimentos participaram, entre eles: lojas Gazin, Escola Desafio Educacional, Yank, Beco Acessórios, Hering, lojas Alvorada, lojas Soldamaq, Óptica Neovisão, Cervejaria Prosa, Jati Vasos, Ótica Campo Grande, Big Phone, Stúdio Acqua Fitness, PantAgro, Pátio Central Shopping, Shopping Bosque dos Ipês, Ordini, Mega Jeans, Badulaque Centro, Safari Burguer, Anita Centro, JL Gold Joias, e Digital Net. A Energisa também participou com condições especiais de negociação nas contas.

A gerente da Hering, Maria Pires, disse que o movimento de clientes aumentou em 50% somente no dia da ação. Essa é uma das lojas que aderiu ao movimento. “Coloquei duas peças na campanha, cada uma com carga tributária de 34,67%. A divulgação chama a atenção e trouxe clientes para a loja”, disse.

O proprietário da Yank, Ricardo Alexandre, também percebeu impacto positivo. Ele colocou 200 peças de roupas sem o imposto de 35%. “Deu uma esquentada no movimento. No geral, foi bom, é perceptível o movimento de um dia para o outro. É preciso ter essa noção do quanto se paga para o governo”.

Para o proprietário da Beco Acessórios, a percepção também não foi diferente. “Surtiu efeito. Vi um movimento maior, tem que trazer mais pessoas para as ruas. Essa é uma ideia boa”. No local, todas as bolsas estavam sem o tributo de 39%.

O dono da Ótica Campo Grande também aderiu ao movimento e compartilha da dor de todos os comerciantes da área central. “O Centro precisa dar uma movimentada. Com a obra que teve, com as vagas de estacionamento retiradas, tem que melhorar, tem que fazer ações como essa. É importante”, destacou.

A sócia-proprietária da cervejaria Prosa, Regina Nuruki, destacou que o mais importante da ação é ter trazido novos clientes para a casa. “É uma iniciativa bastante interessante, porque conscientiza o consumidor de como os tributos participam da composição dos preços. Às vezes encarece por conta dos tributos. É uma oportunidade também ter pessoas que não conheciam a nossa casa e está aqui hoje, são carinhas novas que eu acho que é mais interessante ainda”, afirmou animada.

Tributos
Na ocasião, a dra. Inês lembrou sobre a taxação de US$ 50 para compras internacionais. “Essa foi uma luta que a gente travou no Congresso Nacional junto à Frente Parlamentar de Comércio e Serviço, para que tivéssemos um tratamento igualitário para o varejo nacional em relação às plataformas internacionais”, comentou.

Outra pauta que Inês colocou em debate foi sobre o IVA (Imposto sobre Valor Agregado), que será o imposto único no Brasil, com a Reforma Tributária. A alíquota de referência que irá regular sai de 26,5%, podendo chegar a 30%.

Com o regime tributário atual, os produtos e serviços tem uma carga tributária de 30% até 80%, que é o caso do perfume importado que tem tributo de 79,6%.

  • fonte: FCDL MS