Dizendo estar chocado, Lula pede mais 40 combatentes após ir ao Pantanal

Pedido foi feito ontem, quando ele sobrevoava a reserva da Fazenda Novos Dourados, perto da Serra do Amolar

Lula sobrevoando área que arde no Pantanal de Corumbá, em MS (Foto: Ricardo Stukert/Divulgação)

Durante o sobrevoo que fez no Pantanal de Mato Grosso do Sul, ontem (31), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se mostrou chocado ao ver a dificuldade que cerca de 30 brigadistas e uma aeronave enfrentavam para apagar o fogo que consumia a RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) da Fazenda Novos Dourados, no Pantanal de Corumbá.

Lula pediu então que mais pessoas fossem mobilizadas até o local para reforçar o trabalho, segundo presenciou Ângelo Rabelo, presidente do Instituto Homem Pantaneiro. “Ele manifestou estar em choque e disse que nunca havia visto algo assim na vida. Pediu ao chefe da PrevFogo o envio de mais 40 brigadistas para lá”, contou hoje (1º).

Sabendo das dificuldades de comunicação nas áreas remotas do Pantanal, a reportagem tenta contato com o chefe da PrevFogo do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) em Mato Grosso do Sul, Márcio Yule, para checar se o envio será feito.

Onde fica – A reserva atingida tem cerca de 13,3 mil hectares, de acordo com informações do plano de manejo da RPPN apresentado no ano passado, e fica no início da formação da Serra do Amolar, região que é uma das mais biodiversas e conservadas do mundo.

Segundo Rabelo, o fogo teve origem na Bolívia e, apesar das tentativas de detê-lo, chegou à Fazenda Santa Tereza e “pulou” para a reserva da Novos Dourados. Quanto à Serra, o incêndio não a atingiu. “Está a aproximadamente 20 km de lá e estamos combatendo”, garantiu o presidente do instituto, que mantém uma das brigadas atuantes no entorno neste momento.

Outras regiões do Pantanal ardem ao mesmo tempo. Segundo o Corpo de Bombeiros informou, a Nhecolândia, Porto da Manga, Albuquerque e Rabicho tinham focos ativos até ontem.

Quanto queimou – A área queimada em Mato Grosso do Sul de 1º de janeiro até ontem totalizava 697.225 hectares, segundo o Lasa-UFRJ (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro).

A perda para o fogo já superou a registrada em todo o 2022 e 2023 no bioma sul-mato-grossense.

Este ano, seca histórica e condições desfavoráveis como o calor excessivo e rajadas fortes de vento, tem atrapalhado o controle dos incêndios. Atuam contra eles militares do Corpo de Bombeiros de vários estados, Força Nacional, PrevFogo, brigada Alto Pantanal do Instituto Homem Pantaneiro e brigadistas do Exército.

  • fonte: Campo Grande News