O dólar comercial teve novo dia de alta e fechou em R$ 4,1856 (+0,46%), a maior cotação em mais de um ano, desde o dia 13 de setembro de 2018 (R$ 4,1998). O ambiente externo menos favorável, ainda em meio às preocupações com o Chile e no final da tarde a notícia de travamento das negociações comerciais entre China e Estados Unidos, pressionou o câmbio. No cenário doméstico, operadores mencionaram que seguem as dúvidas sobre o cenário político, após o presidente Jair Bolsonaro deixar o PSL, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a prisão.
O dólar à vista subiu desde a abertura e, nos nove pregões de novembro, fechou em alta em sete deles. No mês, a moeda americana acumula valorização de 4,40% e, no ano, já sobe 8,1%. No Chile, o dólar subiu mais 2% e acumula ganho de mais de 6% somente esta semana. No ano, avança 15%.
O dólar futuro para dezembro superou os R$ 4,19 no final da tarde, mas Cohen acha que não é o momento de o Banco Central entrar no mercado. Primeiro porque a alta do dólar aqui reflete um movimento que vem ocorrendo em vários emergentes e o real está em linha. Outra razão é que os indicadores mais técnicos do mercado de câmbio – como a taxa do dólar casado (a diferença entre o dólar à vista e o futuro) e o cupom cambial (juro em dólar) – indicam que não há disfuncionalidade na liquidez da moeda americana.
A agência de notícias Dow Jones reportou, com base em fontes, que as conversas comerciais entre Estados Unidos e China atingiram “uma trava” por questões de compras agrícolas, que Pequim reluta em adquirir mais produtos dos EUA. Neste momento, o dólar à vista bateu máximas aqui, em R$ 4,1901. No início da noite, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que as negociações comerciais com Pequim “estão avançando bem rápido”.