“É um trabalho preventivo e educativo”, diz veterinário Francisco sobre a Febre Maculosa

Veterinário falou sobre a doença, e explicou como se precaver

Por Reuel Oliveira

Fotos: Fotógrafos PMJ

Febre alta, cefaleia, dor muscular e articular, mal-estar, dores abdominais, vômito e diarreia são alguns dos sintomas da Febre Maculosa, que tem se espalhado pelo país. A doença, que é infecciosa e sazonal, é transmitida pela picada do carrapato estrela e já levou pessoas dos estados de São Paulo e Espírito Santo, ao falecimento em 2023. Em Mato Grosso do Sul, um bebê de um ano de idade foi internado com suspeita de infecção pela doença.

 A criança teria sido infectada ao ter contato com animais domésticos que estavam com o carrapato hospedado no corpo. O caso é um recorte de como são feitas as transmissões, já que os carrapatos ficam alojados em animais como cachorros e capivaras, e a partir deles se hospedam em humanos. Em entrevista ao Jornal da Hora desta quinta-feira (22), o veterinário Francisco Gonçalves falou sobre a doença, e reforçou que a melhor forma de combate é a prevenção anual . 

Foto: Reuel Oliveira

“O combate tem que ser um trabalho preventivo e educativo, e tem que começar pelas autoridades.  A secretaria do meio ambiente tem que fazer um trabalho preventivo de orientação nos locais onde nós temos capivaras, porque as nossas capivaras são portadores do carrapato causador da febre maculosa”, explicou o veterinário.

Para Francisco, a maior dificuldade se dá pelo fato da doença  chamar a atenção apenas quando casos mais graves acontecem em cidades grandes. Além disso, a falta de diagnósticos contribuem para que a doença se espalhe. “Ela é  uma doença de difícil diagnóstico, e pode ser confundida com muitas outras e faltam diagnósticos da classe médica, da saúde pública”, destacou.

O combate da doença, além dos tratamentos indicados pelos médicos ao ser detectada a infecção, é preventivo. Para o veterinário, a manipulação de comprimidos para os animais domésticos que combatem os carrapatos é essencial, e muito efetivo. Além disso, é necessário que haja a sinalização em áreas onde habitam capivaras e consequentemente o carrapato-estrela, para que os cidadãos possam se prevenir com o uso de repelentes e roupas compridas, evitando o contato com o aracnídeo.

“A saúde pública tem que colocar anúncios dizendo: aqui tem capivara e risco de febre maculosa, e orientar, por exemplo, as pessoas que tem seus pets na cidade, que passeiam ali nos parques a usar repelente nos animais, usar o aqueles comprimidos carrapaticidas, porque assim você quebra o ciclo da doença que poderia ser: o carrapato subindo no cachorro,  entrando dentro de casa e infectando uma pessoa de uma forma indireta”, concluiu o veterinário.

Assista a entrevista na íntegra