O percentual de famílias endividadas em Campo Grande aumentou no mês de dezembro com 60,1% ante 59,1% do mês anterior, e acima do registrado em dezembro do ano passado quando foi de 57,4%. Conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em números absolutos, são 186.947 famílias endividadas em dezembro de 2019, 10.160 famílias a mais que no mesmo mês em 2018.
A maioria dessas pessoas estão endividadas com os cartões de crédito (67,8%), os que compraram em carnês de lojas somam 20,5%, financiamento de casa (19,3%) e prestações de carro (17,4%), crédito pessoal (8,3%) e crédito consignado (5,3). Quanto ao nível de endividamento com cheques, cartões, financiamentos e empréstimos, 11,3% se consideram muito endividados, os que se consideram pouco endividados somam 28,8%, mais ou menos (20,1%) e que não possuem esse tipo de dívida 39,9%.
De acordo com a economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS (IPF-MS), Daniela Dias, no segundo semestre, o apelo comercial é mais forte e, por isso, tradicionalmente o consumo também é maior, gerando um crescente endividamento da população. “O importante é que se houver endividamento, há necessidade de que ele não provoque o desequilíbrio orçamentário das famílias”.
O maior percentual dos que possuem dívidas em atraso está na faixa que recebem até 10 salários mínimos, 62%. Também é nesta faixa salarial que está o maior índice dos que acreditam não terem condições de pagar as dívidas em atraso no próximo mês, 43,2%. Entre os que responderam ao questionário, 50,3% afirmam que as dívidas estão em atraso há mais de 90 dias.
Considerando o tempo de comprometimento com as dívidas, 43,9% dos endividados possuem dívidas de mais de um ano, 12,4 % tem débitos de até três meses, 10% entre três e seis meses e 12,4% dos entrevistados entre seis meses e um ano. A maior parte da população que ganha mais de dez salários mínimos, 87,8%, tem dívidas por mais de um ano.
Quando considerada a renda total da família, 56,4% dos entrevistados tem de 11% a 50% dos recursos mensais comprometidos com dívidas. Entre aqueles que ganham mais de dez salários o percentual passa a ser de 67,3%. Os que comprometeram mais de 50% da renda familiar somam 10,6% e os que comprometeram até 10% da renda com dívidas foram 10,8%.
A coleta dos dados foi realizada sempre nos últimos dez dias do mês imediatamente anterior ao da divulgação da pesquisa.