“Nós precisamos falar de prevenção, porque prevenir é muito mais barato do que combater”, diz coordenadora da Prevfogo MS

Brigadista combatendo fogo no Pantanal  Foto: Saul Schramm

O Pantanal ainda sofre com os incêndios que se iniciaram em março deste ano. O bioma já teve 488.049 hectares queimados nos últimos 60 dias, atingindo mais de 10 municípios. 

Diante da tragédia, brigadistas do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar Ambiental, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e de outras instituições têm trabalhado em conjunto para combater o fogo e encontrar os causadores. 

Na última segunda-feira (01), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede Sustentabilidade), disse que os incêndios têm origem criminosa. Ela afirmou que os culpados serão indiciados. “Nós já sabemos de onde veio a propagação desse fogo. As pessoas serão identificadas, mas a investigação está em curso”.

Foto: Arquivo pessoal

Em entrevista ao Jornal da Hora desta terça-feira (02), a Coordenadora-substituta da Prevfogo, Thainan Silva, falou sobre as investigações das origens dos focos dos incêndios. 

De acordo com as investigações do Ministério Público Estadual (MPE), 12 dos 15 focos de fogo que deram início  aos incêndios do Pantanal, iniciaram em propriedades privadas. Conforme Thainan Silva, o foco agora será identificar os causadores e responsabilizá-los. 

‘Nós do IBAMA estamos montando a nossa operação, que é a operação pantanal voltada para responsabilização. O MPE está com aeronaves e equipes fazendo a identificação do início dos focos e no relatório foi apontado que doze dos quinze focos identificados tiveram início em propriedades privadas. […] A responsabilização vai se dar agora na identificação desses focos, então a gente está nesse processo que pretende responsabilizar essas pessoas”, destacou. 

Para Thainan Silva, a responsabilização pode ser uma forma de prevenção. Caso haja uma punição para os causadores dos incêndios criminosos, a prática poderá parar. Para a entrevistada, o combate aos incêndios não é uma solução definitiva, e a punição pode encerrar o problema permanentemente.

“Nós falamos só de combate, e é sempre enxugar o gelo, apagar o fogo, mas nós precisamos realmente falar de responsabilização, nós precisamos falar de prevenção, porque prevenir é muito mais barato do que combater”, disse. 


Atualmente são 185 brigadistas combatendo os incêndios no Pantanal no MS, além de quatro aeronaves tracker, dois helicópteros, dois aviões do governo estadual e a maior aeronave de combate a incêndios do país, a KC-390.

Assista a entrevista na integra