A dona das plataformas ameaçou retirar as redes sociais do continente se não conseguir transferir os dados de usuários para os EUA
A Meta ameaçou retirar o Facebook e o Instagram da Europa se não conseguir transferir dados de usuários de volta para os Estados Unidos, em meio a negociações entre reguladores para substituir um pacto de privacidade.
Em comunicado publicado na terça-feira 8, o vice-presidente Markus Reinisch esclareceu que a incerteza contínua sobre os mecanismos de transferência de dados representa um risco à capacidade de atender os consumidores europeus e operar os negócios no continente.
“As empresas de todos os setores precisam de regras globais claras para proteger os fluxos de dados transatlânticos a longo prazo”, disse.
Os reguladores da União Europeia (UE) estão há meses presos em negociações com os EUA para substituir um pacto transatlântico de transferência de dados — derrubado pelo Tribunal de Justiça da UE em 2020 — no qual milhares de empresas confiavam. O temor é de que os dados dos cidadãos não sejam seguros uma vez enviado para os EUA.
No relatório anual publicado na quinta-feira 3 a Meta explicou que, se não puder confiar em acordos novos ou já existentes para transferir dados, “provavelmente não seria capaz de oferecer vários de nossos produtos e serviços mais significativos, incluindo Facebook e Instagram, na Europa.”
“Não temos absolutamente nenhum desejo e nenhum plano de nos retirar da Europa, mas a simples realidade é que a Meta, e muitas outras empresas, organizações e serviços, dependem de transferências de dados entre a UE e os EUA para operar serviços globais”, disse um porta-voz da Meta.
“Os gigantes digitais devem entender que o continente europeu resistirá e afirmará sua soberania”, disse o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, em Paris, na segunda-feira 7.
- Fonte: Revista Oeste