Evo Morales renuncia à presidência da Bolívia após pressão popular

Neste domingo (10), Evo Morales renunciou ao seu cargo de presidente da Bolívia ao entregar a sua carta para as autoridades e abrir a oportunidade de uma nova eleição no país, que viveu dias tensos com protestos, fechamento da fronteira e suspeita de fraude na última eleição que deu a vitória ao ex-presidenciável. A informação foi confirmada pelo jornal El Deber.

O anúncio foi feito em rede nacional durante esta tarde. Evo afirmou durante seu pronunciamento que a renuncia ao cargo foi pela “pacificação no país” e para que os enfrentamentos entre os próprios bolivianos cessassem.

“Estou renunciando para que minhas irmãs e irmãos não sejam mais perseguidos ou ameaçados. Sinto muito por este golpe cívico com alguns setores da Polícia por ter se comprometido a atacar a democracia, a paz social, com a intimidação da intimidade do povo boliviano. Quero dizer aos meus irmãos que a luta não termina aqui, os humildes, os pobres, continuaremos com essa luta”, disse.

Mais cedo, diversos ministros que integravam o governo boliviano renunciaram aos seus cargos como forma de apaziguar a situação. O vice-presidente de Estado, Álvaro García Linera também entregou a sua renúncia para a Assembleia.

“Quero pedir desculpas por ter sido exigente no trabalho. Não foi para Evo, foi pelo povo boliviano. Aqui não termina a vida, a luta continua”, explicou Evo.

Também neste domingo, a OEA (Organização dos Estados Americanos) confirmou que houve fraudes nas eleições que elegeram Evo Morales para a presidência. Logo após a notícia, o ex-presidente havia dito que convocaria novas eleições.