Ednaldo Rodrigues Gomes determinou o afastamento de Fracisco Cezário, preso pelo Gaeco, por 90 dias
Com a vacância da Presidência da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), o ex-presidente do Operário, Estevão Petrallás, foi escolhido pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para comandar a FFMS como interventor. A informação coronel Nelson Antônio da Silva, atualmente presidente do maior time do Estado, durante coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (27), após reunião de dirigentes dos clubes sul-mato-grossenses.
Em portaria, o presidente Ednaldo Rodrigues Gomes determinou o afastamento do presidente por 90 dias e nomeou Petrallás, que ocupa uma das Vice-presidências da federação, como o presidente interino, “enquanto durar o afastamento do titular”.
Resta saber agora se a ideia vai se concretizar, já que antes que a intervenção fosse colocada em prática, o presidente da FFMS, Francisco Cezário de Oliveira, de 77 anos, despachou, dentro da cadeia, outra ideia. Ele pediu licença do cargo, conforme nota de esclarecimento assinada às 11h45 de hoje, e conforme o estatuto da federação, o dirigente é quem indica o substituto, o que pode gerar questionamentos na Justiça.
Alfredo Zamlutti, também vice-presidente e que deu entrevista ao Campo Grande News dizendo que estava pronto para assumir o comando do futebol, diz que não recorrerá da decisão da CBF. “De modo algum. Para mim está resolvido. Tenho uma federação para cuidar a CBF tomou uma atitude para resolver o problema. Se está certo ou errado, as autoridades vão decidir”.
Partida antecipada – Mais cedo, Cezário disse, em nota de esclarecimento, que permanecerá “obediente ao ordenamento legal e às determinações judiciais, enquanto aguarda providências estatutárias para seu formal licenciamento das funções de presidente da FFMS, que honradamente foram confiadas pela família e companheiros do futebol estadual”.
O objetivo do afastamento, segundo o dirigente, é “preservar a FFMS, seus filiados e campeonatos”.
O investigado na Operação Cartão Vermelho, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) abre o texto falando da “repercussão e boatos” sobre o fato de ter sido alvo da força-tarefa. “A verdade dos fatos será demonstrada no curso das investigações e processos”.
Diz ainda que provará “a total legalidade dos atos praticados” por ele como presidente da FFMS.
Cartão Vermelho – Na terça-feira (21), o Gaeco levou Francisco Cezário de Oliveira para a cadeia, por suspeita de comandar esquema para desviar milhões da FFMS. A casa do presidente – imóvel de alto padrão, localizado na Vila Taveirópolis, na Capital – foi vasculhada e no local, agentes apreenderam mais de R$ 800 mil em espécie.
Contra Cezário há mandado de prisão preventiva (por tempo indeterminado). Como ele é advogado com registro ativo, o trabalho foi acompanhado por representantes da Comissão de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados de Seccionais da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e ele foi levado para cela especial no Presídio Militar Estadual.
André Borges, responsável pela defesa de Cezário, afirmou que a quantia encontrada na casa tem origem lícita. “Não é crime manter dinheiro em casa. Tem origem lícita, que no momento oportuno será declarada”.
Fonte: Campo Grande News