Nesta terça-feira (02) o jornalista Arthur Mário entrevistou, no Jornal da Hora, o presidente da Associação dos Construtores de Mato Grosso do Sul (Acomasul), Diego Dalastra que falou sobre os impactos da pandemia no setor no ano de 2020.
Segundo o presidente, a associação conseguiu aprovar uma lei tornando a construção civil uma atividade essencial, ou seja, o setor não parou e os efeitos do lockdown não os atingiram, porém isso causou um desencaixe na cadeia produtiva, pois faltaram materiais do setor produtivo. “As obras continuaram, o setor aqueceu, mas o setor produtivo não tem insumos suficientes para nos atender. Uma consequência disso é o aumento dos preços”.
Ele explica que a partir do momento que falta um produto, é natural que os preços aumentem, pois os valores são regulados através da lei de oferta e demanda. Porém isso afeta muito o setor e, consequentemente, eleva os preços das vendas dos imóveis, a maioria financiada por programas do Governo Federal. “Nosso setor vem sofrendo muito com a falta de material, o que causa o aumento dos preços. Nós tivemos produtos, como fios de cobre, tijolo e cimento, que chegaram a ter um aumento de quase 80% no valor, e isso reflete diretamente nos preços dos imóveis”.
Sobre a Lei da Liberdade Econômica, Diego Dalastra afirmou que foi um marco no Brasil, e a tendência é ter uma política econômica mais liberal, porém é um processo mais lento para o setor industrial, pois tudo depende de uma cadeia produtiva. “Não é do dia para a noite que conseguimos colocar uma linha de produção para funcionar. Precisa de matéria prima, contratar pessoal especializado, ter demanda necessária para que aquela linha de produção volte a funcionar”. Ele acredita que vai levar pelo menos seis meses para que a produção nacional comece a retornar à normalidade.