Geada nas regiões central e sudoeste traz apreensão a produtores de milho

Por causa do atraso de até 40 dias no plantio, ainda existem muitas lavouras EM estágio de desenvolvimento

Reprodução Correio do Estado

Depois de comemorarem a chuva que começou domingo e perdurou até a noite de quarta-feira (14),  produtores rurais amanheceram apreensivos nesta sexta-feira (16) por causa do intenso frio, que provocou geada em várias municípios. 

Conforme o meteorologista Natalio Abrahão, houve registro de geada ou orvalho congelante em Rio Brilhante, Nova Alvorada do Sul, Sidrolândia, Bonito e São Gabriel do Oeste. Porém, em municípios como Maracaju, Guia Lopes da Laguna e Jardim também há registros de geada. 

A menor temperatura, de acordo com Natalio Abrahão, ocorreu em Rio Brilhante, com 3,4 graus. Em São Gabriel do Oeste, a mínima chegou a 4,4 graus e em Sidrolândia, 4,6 graus. Em Campo Grande, a mínima foi de 6,9 graus, com sensação térmica de 1,9, de acordo com ele. 

E, por causa do atraso de até 40 dias no plantio do milho safrinha, decorrente das chuvas de fevereiro e março, que atrasaram a colheira da soja, ainda existem lavouras em que a cultura está no estágio de desenvolvimento e que corre o risco de ter sido afetado pelo excesso de frio. 

Ao contrário do que normalmente ocorre, as menores temperaturas não foram registradas no extremo sul. Em Sete quedas, por exemplo, a mínima foi de 10,2 graus. Em Ponta Porã, os termômetros oficiais registraram mínima de 6,5 graus e, a princípio, não ocorreu geada. 

Na região de Jardim, conforme imagens feitas pelo jornalista Aurélio Vargas, do site Jardim MS News, a geada foi registrada principalmente nas regiões mais baixas. E, de acordo com ele, ainda existem muitas lavouras de milho que podem ter sofrido algum impacto, mas ainda não á possível avaliar se haverá prejuízo na produtividade. 

Conforme a meteorologia, na madrugada de sábado o risco de geada está praticamente descartado. Em Campo Grande, a mínima deve ser de nove graus. Em Ponta Porã, no extremo sul, a previsão é de que a mínima seja de sete graus. 

SAFRINHA

Neste ano, conforme a Famasul, a área destinada ao milho segunda safra cresceu cerca de 5,5% em relação ao ciclo anterior, totalizando 2,32 milhões de hectares. A produtividade média é estimada em 80 sacas por hectare, o que gera expectativa de 11 milhões de toneladas.

De acordo com o boletim técnico, até a primeira semana de maio, 95% das áreas apresentavam boas condições de desenvolvimento, apenas 5% estavam em condições regulares e nenhuma área apresentava condição ruim. E, com a chuva que nesta semana beneficiou o Estado inteiro, o otimismo aumentou. 

Fonte: Correio do Estado