A área conta com 649 hectares e a previsão é de que ao longo de 30 anos seja completamente ocupado
Campo Grande está na mira para ganhar um Bairro Planejado, na região do Núcleo Industrial. O bairro será nominado como Santa Ester e contará com 9.968 lotes, formados por loteamentos abertos, residências unifamiliares, condomínios horizontais, polos empresariais e centralidades de uso misto.
O projeto ainda está na fase do EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental, que visa solicitação de licença ambiental prévia. Para discutir sobre os impactos do empreendimento, está marcado para 3 de dezembro, audiência pública, que será realizada às 18h, na Escola Municipal de Educação Infantil Santa Emília.
A área é de propriedade da J&F Investimentos S.A, gigante de frigorífico com atuação mundial, que pertence aos irmãos batistas, Joesley e Wesley Batista, que segundo a Forbes têm patrimônios que chegam a US$ 3,9 bilhões para cada. A empresa é a holding que controla empresas de diversos segmentos: alimentos, cosméticos, higiene e limpeza, celulose, energia, minérios, serviços financeiros.
O complexo imobiliário foi projetado para ser na macrozona urbana do Imbirussú, no Núcleo Industrial, à margem da rodovia 262, limitando-se a Norte do bairro São Conrado e Nova Campo Grande e a Leste com o Bairro Caiobá. Atualmente, a área é usada para lavoura de soja.
Além disso, a região é próxima do Distrito Industrial, Área Militar e do Aeroporto Internacional de Campo Grande.
A primeira fase do empreendimento será denominada de Loteamento Santa Ester e tem uma área de aproximadamente 60 hectares, localizado no entroncamento da Avenida Tunita Mendes com Rua Capitão Mário Pio Pereira.
A previsão é de que ao longo de aproximadamente 30 anos, se instale todos os empreendimentos do Bairro Planejado.
A área total conta com 649 hectares, permitindo um aproveitamento de 99,47%, enquanto a área urbanizável tem um potencial de acolher 28.000 habitantes. “[…] será como uma pequena cidade dentro da cidade”, mostra o estudo.
Ainda conforme o EIA, os produtos imobiliários correspondem a sete unidades de parcelamentos abertos com um total de 6.270 lotes residenciais e de uso misto, quatro destinadas a incorporação de residências unifamiliares com, aproximadamente, 527 casas, quatro condomínios fechados com 3.171 lotes, assim como áreas destinadas à logística, indústrias e serviços regionais.
Foram, também, destinados 167 hectares, correspondendo a 20% do total urbanizável da gleba, conforme lei municipal, para áreas livres verdes e implantação de equipamentos comunitários.
“A implantação de um empreendimento do tipo Bairro Planejado deve ser vista como uma forma de atender aos trabalhadores empregados das indústrias ali presentes e suas famílias; e também como forma de proporcionar terrenos urbanos supridos de infraestrutura completa para toda população de Campo Grande, tanto para moradia, como para comércios e serviços. […] A população poderá utilizar este Bairro Planejado para morar, trabalhar, estudar ou utilizar seu comércio e serviços”, informa parte do estudo.
Tendência – Na visão do presidente do Secovi-MS (Sindicato de Habitação de Mato Grosso do Sul), Geraldo Paiva, o novo modelo em Campo Grande pode se tornar tendência.
“Os primeiros bairros planejados no Brasil têm obtido sucesso em aproximar a moradia das atividades comerciais e de serviço. É uma solução que privilegia principalmente a racionalização da mobilidade. Me parece, que poderá ser uma nova tendência na modernização das nossas cidades”, destacou.
Ele explica que bairro planejado é criar um loteamento. “Com todo planejamento de onde poderá ter verticalização, comércio e serviço em locais específicos tendo muita área verde e de lazer na sua composição, com localização especificada. A verticalização como comércio e serviço também só poderá ocorrer em locais pré-determinados”, explicou.
Além deste novo complexo, outra empresa também já anunciou o Bairro Planejado Eparque Campo Grande, com quase 1,5 mil lotes.
O local fica de fácil acesso pela Avenida Duque de Caxias e pela Marginal Lagoa, ficando próximo aos bairros Bela Laguna e Coophavila 2, além de centros comerciais e serviços como hospital e shopping.
Conforme dados da Emais Urbanismo, do ramo de bairros planejados, os terrenos, inicialmente comercializados por valor médio de R$ 52 mil, atualmente, está com o valor médio de R$ 84 mil.
Fonte: Campo Grande News