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Texto por Reuel Oliveira
No dia 18 de junho de 1908 atracou no porto de Santos, o Kasato Maru, navio que trouxe os primeiros imigrantes japoneses para o Brasil. Após 116 anos da chegada da embarcação, a comunidade nipônica no país comemora sua vinda e revive sua cultura.
Diante da data, o Jornal da Hora desta terça-feira (18) entrevistou o descendente e membro da colônia japonesa em Campo Grande, Roberto Oshiro. Enquanto relembrou a história da imigração nipônica, Oshiro destacou a importância do povo japonês na construção de Campo Grande e ressaltou o desenvolvimento da comunidade.
“[A construção da ferrovia] naquela época foi o que deu uma condição para Campo Grande crescer principalmente no comércio e a colônia japonesa veio para ajudar na construção da ferrovia e depois acabaram se instalando e trabalhando na agricultura principalmente, por causa da dificuldade com a língua. […] A colônia começou a se desenvolver dessa forma, mas o japonês, como é cultural, ele estuda muito e eles já tinham essa cultura de integração através do comércio e do empreendedorismo”.
Após os 116 anos da chegada ao Brasil, a comunidade japonesa mantém sua cultura viva. Conforme Oshiro, os japoneses precisavam enfrentar um momento de disciriminação, mas hoje a cultura se tornou motivo de orgulho.
Oshiro destacou a participação de toda sociedade campo-grandense em eventos de celebração à cultura nipônica, como o Bon Odori, como prova do fortalecimento cultural da comunidade em Campo Grande.
“O Bon Odori virou um evento na cidade de Campo Grande. Nós não vemos mais somente descendentes ali, os brasileiros gostam, vão dançar, copiar e isso é uma coisa muito legal pra mim que que vivo desde a infância. Não era assim no passado, muito ao contrário, houve uma época que tinham até vergonha de falar a língua porque tinha uma certa discriminação mas isso hoje inverteu. […] É inadmissível que você esqueça o passado, Na cultura japonesa principalmente você tem que honrar os seus antepassados, você tem que cada vez mais manter essa ligação cultural das suas origens”, concluiu.
