
Julho é o mês das férias escolares, e os alunos que ficam em casa passam a poder desfrutar de um tempo livre que não teriam normalmente. Junto com esse tempo livre, vem a liberdade para escolherem os passatempos e descansar a mente e o corpo, que ficam tão empenhados durante o período de aulas e, com isso, geram a necessidade de desligar.
Apesar de necessárias, as férias podem passar a desempenhar um papel danoso aos estudantes, já que muitas das vezes o tempo livre é utilizado apenas nos aparelhos eletrônicos, é o que diz o Dr. Marcos Estevão Moura, Mestre em Psiquiatria. Em entrevista ao Jornal da Hora desta terça-feira (11), o doutor falou sobre o período de férias, e para ele, o uso exagerado do celular é o que afeta o descanso das crianças.
“O grande problema é que os jovens não se desligam porque ficam o tempo todo nos smartphones e os smartphones eles trazem coisas boas e, infelizmente, trazem também coisas ruins. E o adolescente é aquele ser que ele não é mais criança e ele também não é adulto, mas ele age como se já fosse ”, disse o psiquiatra.
Segundo o doutor, o adolecente passa por um processo de afastamento natural de suas figuras paternas por mudar a visão de “pais perfeitos”, e isso gera um afastamento entre o jovem e os pais. Essa situação é agravada no período de férias, porque o jovem passa a decidir questões que não estavam sob seu controle, como hora de dormir ou acordar, e passa a usar de maneira exagerada smartphones e outros eletrônicos.
Apesar disso, nem tudo está perdido, já que a solução para o exagero do uso de aparelhos celulares está em casa: o relacionamento familiar. Para o doutor, a interação familiar é essencial para que o adolecente possa se desligar dos aparelhos e descansar a sua mente com outras tarefas e passatempos, e assim ter um período saudável de pausa.
“A família, ela tem que ser presente, ela tem que promover eventos para o adolescente: vamos sair, vamos viajar, vamos passear, vamos ao cinema. vamos almoçar, vamos chamar colegas, amigos pra casa, vamos deixar ir na casa de amigos que tenham relacionamentos saudáveis, mas tem que estar presente,” concluiu o Doutor.
Texto: Reuel Oliveira