No entanto, como é secretário do Estado, ele tem só até dia 6 maio para se desligar do cargo para disputar as eleições
A 174 dias das eleições municipais de 6 de outubro, um novo fato surge no cenário político de Campo Grande e que pode mudar o rumo do pleito deste ano na Capital e talvez até o cenário em Mato Grosso do Sul para 2026.
O secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, filiou-se, na semana passada, ao PSD e tornou-se mais uma alternativa de pré-candidato a prefeito do município, conforme apurou o Correio do Estado.
Apesar de o PSD já ter anunciado apoio à pré-candidatura do deputado federal Beto Pereira (PSDB) ao cargo de prefeito da Capital, caso o nome do parlamentar não decole nas pesquisas de intenções de votos, Jaime Verruck ganha força.
Afinal, o currículo do secretário estadual encaixa-se no perfil que todas as pesquisas de intenções de votos apontam como preferido pelo eleitorado campo-grandense para ser o próximo prefeito do município, ou seja, de um gestor com experiência.
Algo que não falta a ele, pois é economista, mestre em Economia Rural, doutor em Desenvolvimento e Planejamento Territorial e formação executiva em Estratégias e Inovação, além de comandar por anos o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Mato Grosso do Sul (Senai/MS) e ser o diretor-corporativo da Federação das Indústrias do Estado (Fiems).
Sem contar o fato de ser secretário estadual nos dois mandatos do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e agora no primeiro mandato do governador Eduardo Riedel (PSDB), enfim, Jaime Verruck tem os pré-requisitos para administrar uma cidade do porte de Campo Grande, diferentemente dos demais adversários.
No entanto, o único senão, é o fato de que ele tem apenas até o dia 6 de maio para tomar a decisão de sair candidato ou não a prefeito de Campo Grande, pois, em razão de ocupar o cargo de secretário estadual, a Lei Complementar n° 64/1990 estabelece que o prazo para a desincompatibilização é quatro meses antes do pleito do dia 6 de outubro.
NOVO CENÁRIO
Independentemente ou não de Jaime Verruck aceitar a missão de ser pré-candidato a prefeito da Capital, a sua filiação ao PSD manda um recado para as cúpulas políticas do Estado, o de que o partido comandado em Mato Grosso do Sul pelo senador Nelsinho Trad e no Brasil por Gilberto Kassab está vivo no tabuleiro político.
Algo que ficou claro na noite de 28 de março, no apartamento de Gilberto Kassab em São Paulo (SP), quando o vice-governador José Carlos Barbosa, o “Barbosinha”, assinou a ficha de filiação ao PSD, deixando o PP para concorrer à prefeitura de Dourados nas eleições deste ano.
Na ocasião, além de Nelsinho, Kassab, Barbosinha e o deputado estadual Pedro Pedrossian Neto, também estavam presentes ao ato político o governador Eduardo Riedel e o secretário Jaime Verruck, que, até então, era uma mera testemunha, afinal já estava filiado ao PP e não teria pretensões eleitoreiras neste ano.
Porém, passados menos de 15 dias, eis que um dos homens de confiança do governador e seu amigo de longa data também assinou a ficha de filiação ao PSD a exemplo do vice-governador.
Tal fato acendeu o sinal de alerta entre as lideranças políticas estaduais de que algo está acontecendo nos bastidores do Parque dos Poderes e, o que era apenas uma fumaça com a filiação de Barbosinha, virou uma fogueira com a ida de Jaime.
Afinal, quando foi divulgada a foto de filiação de Barbosinha ao PSD, em que apareceu um sorridente Riedel abonando o ato, levantou-se a hipótese de que o PSDB não estaria tão fechado em torno da pré-candidatura de Marçal Filho a prefeito de Dourados.
Algo negado pelo próprio Riedel ao Correio do Estado, reforçando que seu apoio em Dourados iria para o pré-candidato tucano.
“Nós vamos apoiar o candidato do PSDB. Eu falei isso na noite que ele assinou a ficha de filiação ao PSDB, lá em Dourados, e estou falando isso agora”, garantiu.
Porém, com a ida de Jaime para o PSD, mais uma vez surge a sombra de que o PSDB também não está 100% fechado com a pré-candidatura de Beto a prefeito de Campo Grande, já que o “plano B” também começa a dar sinal de luz, avisando que pode ultrapassar o “plano A” nessa corrida.
O Correio do Estado procurou Jaime Verruck e Nelsinho Trad para comentar a filiação do primeiro ao PSD, mas, até o fechamento desta matéria, nenhum dos dois retornaram.
Fonte: Correio do Estado