Líder supremo do Irã diz que atacará Israel novamente “se preciso for”

Aiatolá Ali Khamenei dedica oração semanal ao Hezbollah e ao líder do grupo morto por Israel, Hassan Nasrallah

 Foto: Aris Messinis / AFP

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que o ataque iraniano de terça-feira (1) a Israel foi a “punição menor”.

O Irã atacará Israel novamente “se preciso for”, disse ele em discurso nesta sexta-feira (4) em Teerã.

“A ação brilhante das nossas forças armadas há algumas noites foi completamente legal e legítima”, disse Khamenei.

Mantendo as tradições iranianas de oração de sexta-feira, ele fez seu discurso com o que parecia ser o cano de um rifle ao seu lado.

Khamenei dedicou grande parte do seu discurso ao Hezbollah e a Hassan Nasrallah, que foi assassinado por Israel em Beirute na sexta-feira passada.

Ele também elogiou o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro do ano passado e o descreveu como “legítimo”.

A segunda parte do seu sermão foi proferida em árabe, para atrair o público libanês e palestino, disse ele. “Israel nunca derrotará o Hamas e o Hezbollah”, afirmou Khamenei.

“O povo da Palestina tem o direito – face ao inimigo que tomou conta das suas terras, das suas casas, das suas quintas e impactou a sua vida – de se defender”, disse ele.

Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio

O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.

São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.

Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.

O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.

As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas. No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.

Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.

Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.

Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.

O líder do Hamas, Yahya Sinwar, segue escondido em túneis na Faixa de Gaza, onde também estariam em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas.

Fonte: CNN