As atualizações sobre o tratamento contra a Covid-19 foram tema da live promovida pela Comissão Permanente de Saúde da Câmara Municipal de Campo Grande, nesta quarta-feira (28). O debate contou com a presença do deputado federal e médico Luiz Ovando e da médica cardiologista Emmanuella Nunes da Costa, que defenderam um protocolo para o tratamento precoce da doença.
“O tema está bastante controverso ainda, mas precisamos esclarecer e desmistificar. Existem mais de 113 novas drogas para o tratamento. O pessoal está negando as drogas que foram reposicionadas. E a hidroxicloroquina foi reposicionada em 1969. Já se sabia que era antiviral e eficaz. Deixamos a racionalidade de lado. Tenho um partido, uma ideologia, e você tem outra. Se você prega o uso do remédio, eu sou contra. Tem muitos morrendo por causa disso”, lamentou Ovando.
Fundador da Sociedade Brasileira de Clínica Médica-Regional MS, Luiz Ovando afirma que criou-se uma falácia contra a hidroxicloroquina por conta de interesses comerciais. “É sabido que a droga é eficaz. A hidroxicloroquina não deixa o vírus entrar na célula. Infelizmente, estamos deixando de dar a chance ao paciente na fase inicial. Nunca recebi um paciente mandado por um reumatologista que faz uso da hidroxicloroquina. É genocídio que está se promovendo nesse país. É assassinato. Essa ideologia absurda, imbecil. Esses remédios fazem a diferença e resolvem o problema. Barrar a hidroxicloroquina é interesse comercial”, criticou.
Já a médica Emmanuella Nunes da Costa, que atende no Hospital Regional, lembrou que não apenas a autonomia do médico deve ser levada em consideração, mas, também, a do paciente. “Essa doença nos mostra que não é de uma especialidade única. É um vírus que acomete todo o corpo humano. Não existe um único tratamento, tanto na prevenção, na fase inicial, hospitalar ou reabilitação. Se sou a favor do tratamento, eu ofereço. Se o paciente não quiser, tudo bem, eu respeito a autonomia dele. Quando o profissional não é a favor do tratamento, ele não dá essas duas opções. A autonomia do médico vai até onde não leva prejuízo ao paciente. A autonomia do paciente tem que ser respeitada”, defendeu.
Boletim epidemiológico divulgado nesta terça-feira (27) pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) mostra que Campo Grande já soma mais de 93 mil casos de covid-19 confirmados, com 2.420 óbitos. Até ontem, 178 mil pessoas já receberam a primeira dose, e 67 mil receberam as duas doses da vacina. No total, 19,68% dos campo-grandenses já receberam pelo menos uma dose.
Segundo o vereador Dr. Sandro Benites, presidente da Comissão Permanente de Saúde da Casa, cabe ao médico fazer o possível para aliviar o sofrimento do paciente. “Como médico, temos que utilizar de todos os meios éticos e científicos para salvar o paciente. Desde o estimulo a atividade física, tratamento. Acredito, como médico, que temos que ser favorável a tudo aquilo que possa ser favorável ao paciente. A classe médica não pode ser contrária ao acolhimento, isso não tem contraindicação. Ninguém quer morrer com falta de ar. Creio que, com o passar do tempo, saberemos quem estava certo ou errado”, finalizou.
- Fonte: Câmara MS