Livro “Não Quero Ser Mãe” expõe e alerta questão da gravidez precoce

A gravidez precoce é um problema grave de saúde pública que perpassa gerações e ainda permanece vivo em nossa sociedade. De acordo com resultados parciais do Sistema de Informações de Nascidos Vivos do Ministério da Saúde, Mato Grosso do Sul registrou em entre janeiro e agosto de 2024, 3360 partos em meninas de até 19 anos, 149 deles em pré -adolescentes de até 14 anos. 

Essa realidade impacta significativamente a vida dessas meninas e frequentemente resulta em um maior nível de vulnerabilidade e riscos sociais não só para as mães, mas também para os filhos. Além de proporcionar transformações físicas e emocionais, a gravidez acarreta a responsabilidade por uma outra vida em um momento em que a mulher pouco se responsabiliza pela sua própria.

Diante desse contexto, a jornalista e psicanalista Eliene Smith, lançará no dia 14 de março o livro “Não Quero Ser Mãe”, que aborda as dificuldades e vivências decorrentes da gravidez precoce. Em entrevista ao Jornal da Hora, na manhã desta sexta-feira (21), a escritora compartilhou as experiências e preocupações que a levaram a escrever a obra, além de pontuar a importância da educação e instrução familiar para que o problema possa ser solucionado. 

A autora defende que o assunto, que ainda é um tabu, precisa ganhar espaço em instituições de ensino, sempre com teor de orientar e não de incentivar, para que as meninas tenham mais consciência do próprio corpo e das consequências individuais e sociais que uma gravidez ainda na juventude pode ocasionar. “Uma menina de doze anos ainda não se conhece e não conhece o seu próprio corpo. Não ter alguém para instruir essa menina dentro de casa ou na escola, com uma conversa mais apropriada sobre o tema, é deixar ela à própria sorte e permitir que ela se torne mais um número”

Assista a entrevista na íntegra: