O estrago provocado pelo novo coronavírus (Covid-19) na economia de Mato Grosso do Sul ainda não pode ser mensurado com exatidão, mas já é motivo de preocupação por parte do setor produtivo. Na avaliação do presidente da Fiems, Sérgio Longen, o Governo do Estado, nas questões que envolvem a indústria, principalmente as de pequeno porte, já sinalizou com ações que vão ajudar, mas o grande problema hoje é a questão de ordem tributária.
“Em decorrência dessa crise mundial, os empresários não têm de onde conseguir dinheiro para pagar os funcionários, comprar matéria-prima para continuar produzindo e honrar com os pagamentos de impostos. Para as pequenas empresas, existem duas opções: ou elas pagam os impostos ou pagam os funcionários. Obviamente, o empresário vai preferir pagar o funcionário para continuar produzindo. Nossa proposta então é que o Governo amplie o Refis que está vigente, não apenas no prazo, mas com outras facilidades para as empresas”, sugeriu Sérgio Longen.
Ele informa que já conversou sobre o tema com os secretários estaduais Eduardo Riedel (Governo) e Jaime Verruck (Semagro). “Com relação ao ICMS, a alternativa seria parcelar os débitos. Por exemplo, uma empresa que tem uma conta de R$ 6 mil de ICMS, que o Estado crie uma condição para que esse contribuinte não fique inadimplente. Ele poderia pagar esses R$ 6 mil, que em razão do cenário atual não poderá ser quitado, em suaves parcelas com juros aceitáveis para que se mantenha adimplente junto ao fisco estadual”, pontuou.
Outra questão colocada pelo presidente da Fiems diz respeito às licenças. “Acredito que as empresas que já estão estabelecidas e têm um alvará que vence neste mês de marcou ou abril e maio possam ter esse prazo de vencimento prorrogado para dezembro deste ano. Dessa forma, o empresário não precisa se movimentar nesse sentido, ficando mais tranquilo e focando sua atenção para o pagamento de impostos e dos funcionários”, ressaltou.
A respeito de linhas de crédito, Sérgio Longen solicita que as regras de concessão sejam mais flexíveis, pois a liberação leva em consideração a situação de cada empresa. “Vamos imaginar uma empresa que queira um empréstimo do BNDES, que disponibilizou uma linha de crédito grande. O empresário neste momento de crise está em dificuldade e o banco quer garantias extremas para liberar o financiamento. Ele não vai encontrar condição de buscar esse recurso para pagar seus compromissos, afundando ainda mais em dívidas”, reforçou.
Para o líder empresarial, não adianta nada ter grandes limites de crédito se as condições impostas pelos bancos inviabilizam a tomada desse financiamento. “Neste momento, dificilmente o empresário teria todas as garantias que os bancos estão exigindo. Então precisamos de mais velocidade do Estado nessas questões de ordem tributária e também dos municípios, que podem reparcelar o IPTU, o IPVA e o Fundersul pela sobrevivência do setor produtivo. Eu sei que o Estado também tem seus compromissos, mas se matarmos a galinha, não teremos mais ovos”, alertou.
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