Declaração foi dada após almoço entre o presidente do Brasil e o presidente do Conselho Europeu, o português Antônio Costa, em Mônaco

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou estar “convicto” na oficialização do acordo entre o Mercosul e a União Europeia até dezembro deste ano. Essa declaração, dita pelo líder brasileiro durante almoço, neste domingo (8/6), com o presidente do Conselho Europeu, o português Antônio Costa, em Mônaco.
“Como enfatizei em minha recente visita de Estado à França, é essencial fazer um esforço de esclarecimento sobre a total compatibilidade desse acordo com os interesses das duas partes do ponto de vista ambiental, comercial e estratégico”, afirmou Lula, em publicação em suas redes sociais, após o almoço com o líder português.
O presidente do Brasil ainda enfatizou a necessidade da assinatura do acordo entre os blocos diante do “contexto de ressurgimento do protecionismo, ambos coincidimos sobre o papel fundamental desse acordo para o multilateralismo”.
Convergências
No almoço com o presidente do Conselho Europeu, Lula estava acompanhado dos ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos e do e Meio Ambiente, Marina Silva.
Segundo Lula, o governo brasileiro buscará esclarecer as “convergências e complementaridades” entre a agricultura brasileira e europeia. A compatibilidade com o Acordo de Paris também é um objetivo da agenda do Executivo.
“Somos todos atores que compartilham a certeza de que a transição energética justa representa oportunidades de se constituir uma nova agenda de desenvolvimento econômico inclusivo e que preservará a saúde do planeta”, disse o petista.
Impasse
O objetivo de encontrar pontos em comum entre as agriculturas brasileiras e europeias tem o objetivo de resolver impasses quanto a uma possível assinatura do acordo dos blocos da América do Sul e de países do velho continente.
O principal impasse, de acordo com o presidente da França, Emmanuel Macron, é a ideia de que uma flexibilização às exportações brasileiras prejudicaria produtores rurais franceses. Isso porque, ainda segundo o líder francês, países da América do Sul têm regulamentação diferente das nações da UE.
“Como vou explicar aos agricultores que exijo que respeitem as normas, mas abro o mercado para produtos que não as respeitam?”, disse. Segundo ele, o texto atual do acordo abre margem para haver uma importação desenfreada — de produtos do Mercosul — e deixaria os agricultores sem mercado.
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Fonte: Correio Braziliense