Marcelo Bertoni defende queimadas prescritas e diz que é necessário ouvir o produtor rural no combate a incêndios no Pantanal

 Foto: Marcelo Camargo

Conforme dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da  Universidade Federal do Rio de Janeiro, apenas em janeiro deste ano, o Pantanal teve 10.825 hectares de área queimada. Conforme o laboratório, foram 2,6 milhões de hectares queimados em 2024, cerca de 17% da área total do bioma. 

Para evitar que o cenário se repita, o Governo de Mato Grosso do Sul tem realizado diversas campanhas e treinamentos para combate e prevenção dos incêndios, como o Programa Fogo Zero.

Marcelo Bertoni nos estúdios Grupo Hora. Foto: Maria Luiza Massulo.

Em entrevista ao Jornal da Hora desta sexta-feira (09), o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni, destacou que é necessário que os trabalhos de prevenção se iniciem no período de estiagem e que é necessário o uso de queimadas prescritas. 

“Nós estamos conversando com os produtores, fazendo parcerias entre o Governo do Estado, a Reflore, e todos os atores que fazem uma união de forças, para controlarmos e fazermos as queimadas prescritas. O governo satélite enxerga que a propriedade possa ter uma macega e faz uma prescrição para queimar em até 60 dias para evitar um incêndio descontorlado”, disse. 

Conforme Bertoni, o objetivo é prevenir um incêndio descontrolado, através da queima prescrita de possíveis focos de fogo. Para a realização das ações, os produtores recebem uma capacitação gratuita do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural e do Corpo de Bombeiros. Os produtores também recebem kits para o primeiro combate a incêndios. 

O presidente destacou também que na prevenção, é necessário que as autoridades utilizem o conhecimento dos produtores do campo.

“O Ribeirinho, o Pantaneiro, os povos originários estão no Pantanal a mais de 3OO anos e convive bem e em harmonia lá. Eles têm o conhecimento e conseguem atuar muito bem na região, unindo a produção com a preservação. Eles sabem o que tem que ser feito. Quando você proíbe a queima, você gera uma massa capim, você cria um ambiente perfeito para um incêndio descontrolado. As pessoas têm que escutar o produtor”, concluiu. 

Texto por Reuel Oliveira

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