MDB pode “abandonar” Simone Tebet em eleições do Senado para apoiar Rodrigo Pacheco

O impasse ocorreu após uma investida do atual presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM), para isolar a candidatura de Simone e negociar cargos com o MDB

A senadora Simone Tebet (MDB) pode se lançar como candidata avulsa à presidência do Senado, sem apoio integral de seu partido. Isso porque dirigentes do MDB negociam apoiar a candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM) em troca de cargos na Mesa e controle de comissões, conforme apurou o Estadão/Broadcast.

O impasse ocorreu após uma investida do atual presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para isolar a candidatura de Simone Tebet e negociar cargos com o MDB. 

A eleição para a presidência do Senado está marcada para o dia 1º de fevereiro. Candidato de Alcolumbre, Pacheco é apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro e hoje é apontado como favorito.

O MDB, com 15 integrantes, ficaria com a Primeira Vice-Presidência da Casa e mais uma secretaria na Mesa em troca dos votos para o candidato do DEM.

Simone se negou a desistir da campanha pela presidência do Senado. A bancada do MDB teve uma reunião na quarta-feira (27) e fará realizará outra nesta quinta-feira (28), desta vez com a presença de Alcolumbre.

Após a reunião dos emedebistas com Tebet na quarta, Eduardo Braga disse ao Estadão/Broadcast, que “uma coisa é a legenda, outra coisa são os votos individuais dos senadores. Qual é o partido que não está dividido nesse processo? Ainda não houve deliberação. A senadora tem o direito de levar a candidatura avulsa para o plenário”.

Simone Tebet tenta reverter desvantagem no “corpo a corpo”

Para reverter a desvantagem na disputa pela presidência do Senado Federal em relação ao senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato apoiado pelo Palácio do Planalto, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) vai intensificar o “corpo a corpo” nos próximos dias e defender um Senado mais democrático na definição da pauta de votações.

De acordo com placar do Estadão, Pacheco tem 33 votos públicos e Tebet aparece com 27 votos. A eleição vai ser na segunda-feira, dia 1 de fevereiro.

Para se eleger são necessários 41 votos, por isso os 18 parlamentares que não responderam à pesquisa do Estadão – a eleição é secreta – podem definir a disputa para qualquer um dos lados. Os outros dois candidatos são Major Olímpio (PSL-SP) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO), mas que tem pouca expressão.

Neste placar, Simonet Tebet tem uma vantagem sobre Pacheco no quesito fidelidade partidária. Dos 28 senadores que integram os partidos fechados oficialmente com ela, 23 já declaram que a apoiam. Enquanto que Pacheco tem 30 dos 41 parlamentares cujas bancadas anunciaram apoio a ele. O PSDB e o Partido Rede liberaram suas bancadas.

Com um discurso de independência, mas não de oposição ao governo federal, Simone tem assumido posturas e críticas mais firmes à gestão do presidente Jair Bolsonaro, mas declarou que o momento não é oportuno para um impeachment.

A estratégia foi adotada como forma de se contrapor a Pacheco, defendido também pelo atual presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que é aliado do governo Bolsonaro.

Nesta reta final, para conquistar os votos necessários à sua eleição, a senadora afirmou que “estou intensificando o contato com os colegas. Cheguei em Brasília ontem [segunda-feira] e ficarei direto até o dia das eleições”.

  • fonte: Correio do Estado