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Neste mês, o Ministério da Saúde publicou uma orientação voltada aos profissionais da Atenção Primária à Saúde sobre a suplementação de cálcio para gestantes atendidas pela Rede Alyne. A medida visa fortalecer o acompanhamento pré-natal e reduzir as desigualdades no cuidado materno e infantil. A suplementação de cálcio tem como objetivo prevenir distúrbios hipertensivos durante a gestação.

A hipertensão na gravidez é um fator de risco para a pré-eclâmpsia, uma das principais causas de mortalidade materna no Brasil. O distúrbio pode resultar em complicações graves, como parto prematuro e óbito materno e neonatal. A Nota Técnica Conjunta nº 251/2024 estabelece a suplementação universal de cálcio para gestantes como forma de combater esses riscos.

A medida segue as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) e está prevista no protocolo de atenção ao pré-natal de baixo risco desde 2012. Agora, é integrada à Rede Alyne, que é uma das principais estratégias do SUS para melhorar o pré-natal e o acesso a cuidados maternos.

Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a iniciativa reforça o compromisso com a saúde das mulheres, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade, proporcionando um pré-natal mais seguro e acessível.

Estudos indicam que a suplementação diária de cálcio pode reduzir em até 55% o risco de pré-eclâmpsia. O distúrbio pode se manifestar a partir da 20ª semana de gestação e causar complicações como insuficiência hepática, insuficiência renal, descolamento prematuro de placenta e restrição do crescimento fetal. A OMS já recomenda a suplementação de cálcio desde 2011 para gestantes com baixa ingestão do nutriente ou em situações de alto risco.

Dados de pesquisa apontam que mais de 96% das mulheres adultas no Brasil consomem menos cálcio do que o recomendado, evidenciando a necessidade da oferta universal do suplemento.

A suplementação será oferecida a todas as gestantes atendidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde), com início a partir da 12ª semana de gestação até o parto. A dosagem recomendada é de dois comprimidos diários de carbonato de cálcio (1.250 mg, equivalente a 1.000 mg de cálcio elementar). A prescrição pode ser feita por médicos, enfermeiros e nutricionistas das equipes da Atenção Primária à Saúde.

O suplemento não deve ser ingerido junto com a suplementação de ferro, sendo necessário um intervalo de duas horas entre os dois suplementos para garantir a absorção adequada.

A Rede Alyne, criada para reduzir a mortalidade materna e infantil, visa garantir um pré-natal seguro e acessível, com ênfase nas gestantes em situação de vulnerabilidade e na redução das desigualdades raciais no acesso à saúde.

A inclusão da suplementação de cálcio na Rede Alyne é uma medida que reforça o compromisso com um pré-natal completo, acessível e baseado em evidências científicas. Além do suplemento, as gestantes terão acesso a cuidados essenciais, incluindo o fortalecimento da nutrição materna com base nas diretrizes do Guia Alimentar para a População Brasileira.

A distribuição do suplemento será feita por meio do planejamento da assistência farmacêutica do SUS, com responsabilidade compartilhada entre estados, municípios e o Distrito Federal. A implementação será monitorada pelas equipes da APS, garantindo que as gestantes tenham acesso ao suplemento nas UBS (Unidades Básicas de Saúde).

• Fonte: Campo Grande News