Ministério diz que casos suspeitos do mal da vaca louca não têm relação com consumo de carne bovina

Os pacientes estão internados e em isolamento, no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), em Manguinhos, na Zona Norte do Rio

Após o anúncio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estar investigando dois pacientes com suspeita do mal da vaca louca o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou em nota oficial na tarde desta quinta-feira (11) de que os casos tratam-se de suspeitas da Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ).

“O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) esclarece que os casos de doenças neurodegenerativas investigados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), conforme noticiado na imprensa, tratam-se de suspeitas da Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ). Os casos suspeitos não têm relação com consumo de carne bovina. A maior incidência da doença ocorre de forma esporádica e tem causa e fonte infecciosas desconhecidas”

De acordo com informações disponíveis no site do Ministério da Saúde, entre os anos de 2005 e 2014, foram notificados, no Brasil, 603 casos suspeitos de DCJ. 

Desde que a vigilância da DCJ foi instituída no Brasil, nenhum caso da forma vDCJ foi confirmado. A vDCJ é uma variante da DCJ, associada ao consumo de carne bovina.

Internados e em isolamento, no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), em Manguinhos, na Zona Norte do Rio, os pacientes estão sendo observados. 

Em nota nesta quinta-feira (11), a Fundação confirmou que “o INI/Fiocruz recebeu dois pacientes com suspeita de encefalopatia espongiforme bovina, popularmente conhecida como ‘Doença da Vaca Louca’. Ambos estão internados no Centro Hospitalar para a Pandemia de Covid-19 do INI”.

“Ao receber a notificação da Secretaria Estadual de Saúde uma equipe do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS) da SMS/DC esteve na residência do paciente para proceder a investigação do caso e monitoramento. Neste momento, o caso está sendo classificado com a forma clínica de esporádico, não tendo sido registrado, até o momento, a fonte de contaminação. O paciente segue internado e sob os cuidados da Fiocruz”, disse o órgão.

A Fiocruz não informou se os pacientes em questão são mulheres ou homens, nem há quanto tempo estão internados, ou aonde podem ter sido contaminados. 

Até o momento sabe se que as pessoas residem em Belford Roxo e em Duque de Caxias, como informou a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. 

 A Prefetura de Caxias, entretanto, afirmou que o paciente atendido na cidade é um homem de 55 anos. A secretaria de saúde do município ainda informou que o homem apresentava sintomas de demência e ataxia.

O mal da vaca louca é uma doença cerebral, degenerativa, fatal, que afeta gado e pode infectar humanos se houver o consumo de carne contaminada. 

A doença da vaca louca ficou conhecida nos anos 80 e 90 depois que um surto no Reino Unido fez com que milhões de cabeças de gado fossem abatidas.

Em setembro, o Ministério da Agricultura e Pecuária tinha confirmado dois registros da doença em animais em Belo Horizonte (MG) e Nova Canaã do Norte (MT).

Desde o registro as exportações de carne bovina do Brasil para a China estão suspensas. 

  • Fonte: Correio do Estado