Ministra aponta estratégias para agilizar atendimento de vítimas de violência

O acompanhamento do Ministério acontece depois da repercussão de áudios da jornalista relatando descaso no atendimento recebido na Deam durante denúncia contra o ex-noivo, Caio Nascimento

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A ministra das mulheres, Cida Gonçalves, apontou que estratégias serão colocadas em prática para melhorias no atendimento às vítimas de violência doméstica, na Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande. A discussão veio a tona, após o feminicídio da jornalista, Vanessa Ricarte, que ganhou destaque nacional nos últimos dias. 

Durante entrevista, Cida reforçou as mudanças que deverão acontecer daqui para frente, após horas de discussão com forças de segurança e justiça de Mato Grosso do Sul.

“Precisamos ter uma efetividade, uma rapidez para que se dê conta do processo, então eu acho que é isso que o presidente do Tribunal de Justiça e o secretário de segurança pública estão trabalhando, para que a gente possa de fato dar conta. A Lei Maria da Penha propõe 48 horas para que você possa notificar o agressor. O que tá se propondo aqui, é que a Polícia Militar ou a patrulha Maria da Penha ela se antecipe aos fatos e a esse tempo. E isso é muito importante, porque se conseguirmos fazer isso em Campo Grande, vamos conseguir fazer no Brasil.”

Segundo a ministra, a ideia é que o sistema seja mais tecnológico e integrado para que o combate a violência doméstica seja eficaz, além de profissionais capacitados em condições de atender de forma humanizada.

“Nós precisamos ter um sistema em que diversos serviços conversem entre si. O que a mulher fala no psicossocial ou na Deam já chegue no juizado, na promotoria ou na patrulha maria da penha. Nós necessitamos ter nesses serviços pessoas que tenham empatia com o tema, que tenham condições de atender as mulheres, condições de atender de uma forma humanizada, transparente, porque muitas pessoas às vezes não conseguem trabalhar com a questão da violência”, disse.

Caso Vanessa

O acompanhamento do Ministério acontece depois da repercussão de áudios da jornalista relatando descaso no atendimento recebido na Deam durante denúncia contra o ex-noivo, Caio Nascimento. Segundo a ouvidora da pasta, um relatório das investigações sobre o atendimento foi recebido e será analisado pelo Ministério.

A jornalista morreu na noite do dia 12 de fevereiro, após ser esfaqueada em casa pelo ex-noivo, Caio Nascimento.

A vítima fugiu de um cárcere privado para ir até Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), e registrar boletim contra o ex-companheiro. Ela foi esfaqueada horas depois, na tarde de quarta-feira (12). Caio foi preso em flagrante pela Brigada Militar.

Fonte: G1