Moradores do Nova Campo Grande e bairros próximos participaram de audiência pública, nesta quarta-feira (03), para cobrar providências contra o mau cheiro que assola a região. O debate foi convocado pela Comissão Permanente de Meio Ambiente da Casa, composta pelos vereadores Zé da Farmácia (presidente), Silvio Pitu (vice), Dr. Jamal, Betinho e Prof. André Luís.
“Queremos uma solução. Não queremos mais arrastar esse problema que temos há 24 anos. Há 24 anos somos inundados por esse mau cheiro. A empresa é grande e existem outras empresas. Não queremos uma redução, pois há dias em que diminui. O mau cheiro não passa e desvaloriza nossos imóveis. Eu amo o bairro onde moro há 24 anos. Não estou aqui para fazer politicagem e quero simplesmente lutar pelo bairro onde moro”, disse a vice-presidente da Associação de Moradores do Nova Campo Grande, Fábia Brites.
“Há o risco de poluição de córregos próximos. Essa manifestação é de suma importância para que a fiscalização possa trazer esse conforto melhor para a comunidade”, complementou o presidente do Conselho Regional do Imbirussu, Celso de Souza Laureano.
Moradores dos bairros Jardim Aeroporto, Vila Romana, Nova Campo Grande e Vila Popular já estiveram na Câmara para pedir providências. No final de fevereiro, eles realizaram uma manifestação no cruzamento da Avenida Cinco com a Duque de Caxias. O local foi escolhido por ser próximo ao frigorífico que, segundo quem mora na região, é uma das empresas responsáveis pelo odor.
“A intenção dessa audiência não é fechar o frigorífico, pois ele gera emprego e renda para o município. Mas precisamos pensar no bem estar dos moradores. Temos que trazer essa preocupação. Deixamos aberto para qualquer representante do frigorifico que queira se manifestar”, disse o vereador Zé da Farmácia.
Segundo a fiscal da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) Gisseli Giraldelli nenhuma atividade clandestina foi encontrada na região. “O que foi localizado não tinha relação com o mau cheiro. São 19 licenças no bairro Nova Campo Grande, e a maioria das atividades não geram esse tipo de incômodo”, afirmou.
A fiscal do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) Sandra Regina Dalboros revelou que o órgão já realizou fiscalização no frigorífico apontado pelos moradores como foco do mau cheiro. Foi dado prazo de 60 dias para que providências fossem tomadas.
“Temos feito um trabalho direto com a empresa, com melhorias dos sistemas. Fizemos vistoria no dia 17 de fevereiro, e retornamos no dia 19, pois coisas pequenas poderiam ser resolvidas. O frigorífico tem até o dia 21 de abril para apresentar quais foram as ações implementadas nesse período para resolver a emissão dos odores. Todas as ações que poderiam ser implementadas foram cobradas pelo Imasul. No momento, temos que aguardar e ver qual a solução irão nos dar até 21 de abril”, disse.
Segundo o vereador Coronel Villasanti, a audiência representa um “ato de cidadania”. “Esse é nosso direito legítimo e inquestionável. Ficou definido que queremos a redução da emissão dos gases produzidos por decomposição orgânica. Vamos cobrar a empresa que não enviou representantes, o MPE (Ministério Público Estadual), temos que envolver todos os órgãos responsáveis. Que todos venham conosco nessa caminhada para resolver esse problema na região”, afirmou.
Jeozadaque Garcia
Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal