Simone da Silva, de 35 anos, foi vítima do ex-companheiro, William Megaioli da Silva, que se entregou a polícia com a arma do crime em mãos

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Mato Grosso do Sul chega ao nono feminicídio em 2025, com o registro do óbito de Simone da Silva, de 35 anos, na noite de quarta-feira (15), morta a tiros na frente dos próprios filhos pelo ex-companheiro, William Megaioli da Silva, que se entregou à polícia ainda com a arma em mãos, longe cerca de 405 quilômetros da Capital.
Esse caso aconteceu no município de Itaquiraí, dentro da própria residência da vítima, com o filho adolescente de 14 anos de Simone usando o celular da mãe para pedir socorro a uma tia após o crime.
Nesse caso foram acionadas as equipes periciais e as polícias Civil e Militar, com os agentes se deparando com o óbito assim que chegaram na casa de Simone, conforme boletim de ocorrência.
Enquanto William ainda era procurado, o próprio responsável pelos disparos se apresentou com sua advogada na 1ª Delegacia de Polícia de Naviraí, entregando um revólver calibre .38 que teria usado para matar Simone junto de duas munições deflagradas.
Mesmo que os casos de feminicídios em 2025 estejam abaixo da total anotado no período em anos anteriores, Simone já é a décima morta nessas circunstâncias em Mato Grosso do Sul, números que representam duas mulheres assassinadas por mês no Estado.
Em comparativo de anos anteriores até o mês de maio, 2024 havia registrado 16 feminicídios, sete casos a frente do total anotado no mesmo período de 2023, por exemplo.
No pior ano até então na série histórica, 2022 por exemplo começou o mês de janeiro com sete feminicídios e fechou o mês de maio anotando 20 mulheres mortas nos primeiros cinco meses em Mato Grosso do Sul, com base em dados estatísticos compilados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
Corpo achado, o 9º caso
Antes de Simone, o nono caso foi registrado com o achado do corpo de Thácia Paula Ramos de Souza, de 39 anos, encontrado na tarde de quarta-feira (14), no Rio Aporé, em Cassilândia-MS, segundo divulgado pela Polícia Civil.
Vale lembrar que o marido de Thácia, um homem de 43 anos, estava preso desde segunda-feira (13) como suspeito de envolvimento no desaparecimento e possível feminicídio da companheira, em Cassilândia.
As investigações começaram no domingo, após a mãe de Thácia procurar a delegacia para registrar o desaparecimento, sendo que, segundo a polícia, ainda durante as primeiras diligências, um dos sapatos da vítima foi localizado às margens do Rio Aporé, junto a uma mancha de sangue.
Preso em uma casa no centro de Cassilândia, o homem revelou aos agentes em depoimento informal que agrediu a companheira dentro do carro e a levou até as margens do rio, onde teriam entrado em luta corporal, com o caso ainda sob investigação para completa elucidação dos fatos.
Cronologia feminicídios 2025
Já o oitavo feminicídio foi o de Ivone Barbosa da Costa Nantes, morta a golpes de faca na região da nuca pelas mãos do então namorado no assentamento da zona rural de Sidrolândia batizado de Nazareth, em 17 de abril.
Pela ordem cronológica, o primeiro caso de 2025 foi a morte de Karina Corin, de 29 anos, nos primeiros dias de fevereiro, baleada na cabeça pelo ex-companheiro, Renan Dantas Valenzuela, de 31 anos.
Já o segundo feminicídio deste ano no Estado foi a morte de Vanessa Ricarte, esfaqueada aos 42 anos, por Caio Nascimento, criminoso com passagens por roubo, tentativa de suicídio, ameaça, além de outros casos de violência doméstica contra a mãe, irmã e outras namoradas.
Após denúncia do Ministério Público de Mato Grosso do Sul em quatro crimes, em caso de condenação e penas máximas aplicadas, o assassino de Vanessa pode pegar mais de 86 anos de cadeia, como abordado pelo Correio do Estado.
Os outros feminicídios de 2025 vitimaram:
Juliana Domingues, 28 anos | morta com golpes de foice em 18 de fevereiro
Mirieli Santos, 26 anos | assassinada a tiros em 22 de fevereiro
Emiliana Mendes, 65 anos | morta por esganamento em 23 de fevereiro
O sétimo caso de feminicídio registrado em 2025 foi o de Giseli Cristina Oliskowiski, morta aos 40 anos, encontrada carbonizada em um poço no bairro Aero Rancho, em Campo Grande.
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Fonte: Correio do Estado