O vice-presidente da republica Hamilton Mourão disse nesta terça-feira (9) durante um evento no Brazil Institute, em Washington, que a Constituição brasileira é vaga sobre as atribuições da vice-presidência e que ele entende seu papel como de divulgar as ideias do governo para investidores e líderes locais.
“Não é fácil ser um vice-presidente; Você tem que ter disciplina intelectual para entender as necessidades do presidente. Eu vejo a mim mesmo como complementar ao presidente. (…) Eu me sinto como a espada e o escudo do presidente. Eu posso defendê-lo quando ele precisa ser defendido, e eu posso atacar quando ele precisa atacar” disse Mourão.
Ele também foi questionado sobre o caso do deputado federal Jean Wyllys, que deixou o Brasil no início do ano apesar de ter sido reeleito. Wyllys afirmou que sofria ameaças no país. Mourão afirmou que o governo não tem política de perseguição de minorias.
“O presidente Bolsonaro acredita firmemente e verdadeiramente que foi eleito para todos que estão no Brasil, então não há problema com as minorias. Nosso governo não tem política para perseguir minorias. Não é assim que nos comportamos. Todos que são brasileiros devem ficar no Brasil e não devem ter medo” afirmou.
Mourão disse também que “é muito triste quando coisas assim acontecem” e acredita que o deputado deveria ter ficado no Brasil, já que “o Brasil é para todos”.
“No caso específico do sr. Wyllys, eu particularmente acredito que ele deveria ter ficado no Brasil e ter acreditado na nossa lei e na nossa polícia para que pudéssemos protegê-lo. Asseguro que não há política para perseguir ninguém” ressaltou.
Durante o evento, o vice-presidente defendeu que as prioridades do governo são a reforma da previdência e o pacote de leis anti-crime e anti-corrupção do ministro da Justiça Sergio Moro.
Ele também comentou a participação dos militares no governo e disse que, apesar de dois militares terem sido eleitos, a Constituição estabelece claramente as competências das Forças Armadas e que elas estão fazendo somente isso, “não estão no governo”, assegurando que o papel dos militares continuará sendo o mesmo que elas vem exercendo desde o fim do regime militar.
*Com informações do Portal O Globo